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Análise: "A disputa pelo governo do RN"

Postado às 05h33 | 27 Mar 2024

Senador Rogério Marinho rompeu com o prefeito Allyson Bezerra (União) e lança Genivan Vale como pré-candidato a prefeito de Mossoró, RN. ANA

Ney Lopes

Em processo de ebulição a disputa política no RN para o governo do Estado em 2026 e as repercussões na próxima eleição municipal.

Alguns sinais de mudança, no quadro de opções eleitorais futuras.

O nome do prefeito de Mossoró Alysson Bezerra, 32, desponta como novidade para o executivo estadual.

Não o conheço pessoalmente.

É o mais jovem prefeito da história de Mossoró.

Elegeu-se com 47,5% dos votos válidos.

Tem boa formação política e técnica.

Na oposição, o senador Rogério Marinho se posiciona para disputar o governo.

O seu calcanhar de Aquiles será o prefeito Álvaro Dias, de Natal, também pretendente.

Ambos tiveram parceria política recente, mas houve rompimento.

Com estilo “matreiro”, Rogério acumula muitas insatisfações no relacionamento com lideranças políticas do estado.

Enfrenta, ainda, o julgamento, em “banho maria”, da impugnação do seu mandato, por abuso do poder econômico, cuja decisão final é imprevisível, considerando a rígida jurisprudência nacional nessa área.

Álvaro Dias coloca-se numa zona híbrida, entre governo e oposição.

Apresenta-se com o rótulo de “bom gestor”.

Ex-deputado, com base eleitoral na região do Seridó, em 2022 foi alçado pelo amigo deputado Henrique Alves para ser o vice-prefeito de Carlos Eduardo, na disputa pela prefeitura de Natal.

Com a renúncia do titular para disputar o Senado, ele acabou Prefeito de Natal.

A governadora Fátima Bezerra arma estratégia para voltar ao Senado.

Tem dificuldade na escolha de um nome, com o perfil petista, que a suceda.

O rumo terminará sendo apoiar o vice-governador Walter Alves, jovem, que revela grandes ambições políticas.

Surgir (em) nova (as) opção) (ões) é difícil de prever no RN, um estado cujos partidos não demonstram compromissos com ideias e programas inovadores.

O critério aqui é ser proprietário de uma sigla e aglutinar quadros sem muita qualificação, para não ofuscar a mediocridade de certos dirigentes.

O mais grave é que, no final, o povo aceita, sem protesto nas urnas.

As eleições municipais deste ano, como sempre, terão papel de terraplanagem para facilitar a chegada ao governo do candidato vitorioso.

Os efeitos políticos só poderão ser medidos, após o início da gestão dos prefeitos eleitos.

Em alguns casos, a vitória em 2024 poderá trazer sérios prejuízos em 2026.

Uma síntese do pré quadro eleitoral para o governo do RN, leva a conclusão de que a tendência será disputa entre o prefeito Alysson Bezerra e o prefeito de Natal Álvaro Dias.

Ressalve-se, que poderá haver composição, em que Alyssson ou Álvaro dispute o senado, em coligação.

Tres expressivos "colégios" do Estado estarão mobilizados pela origem eleitoral dos candidatos: Mossoró, Natal e Caicó,.

Alysson deu demonstração de força recente ao filiar 14 vereadores ao seu partido – o União Brasil.

Entretanto, o que deverá pesar, caso dispute o govrerno, serão suas ideias, propostas consistentes e aliados experientes.

Ressalte-se, que o grande trunfo do prefeito de Mossoró é o apoio do ex-senador José Agripino, que tem experiência e credibilidade na política estadual.

Em tal desenho, restará a união da "direita", em torno do senador Rogério Marinho, que por compromissos assumidos, não renunciará jamais candidatar-se ao governo do estado.

Neste caso, a campanha presidencial poderá influir no processo sucessório estadual, caso o bolsonarismo se una em torno de um nome com chances de vencer.

Por exemplo: o governador de SP, Tarcísio de Freitas ou Ronaldo Caiado, de Goiás.

A governadora Fátima Bezerra, que terá inegável influencia na sucessão, poderá optar por permanecer no cargo e aspirar um ministério, na hipótese de vitória do candidato petista à presidencia, provavelmente Haddad.

Mesmo assim, como dizia João Bosco, um “antigo expert” da nossa política, nem a “cigana” será capaz de prever o que acontecerá.

Em tempo - Os governos Rosalba-Robinson; 02. O insucesso do filhotismo; 03. A debacle econômica.

O RN quebrou, não há atividade nos setores primário e secundário da economia.

As federações viraram cartórios, têm donos.

Acabaram-se os ciclos do couro, do algodão, da shelita, da cana.

O único setor que funciona é o terciário em função das demandas da turma do contracheque.

Há mais funcionários públicos no RN em relação à população do que em Brasília.

Nos restaurantes de Natal só se vê engenheiros da Petrobras, auditores fiscais, funcionários da Assembleia, do TCE, dos Tribunais, CC e fornecedores dos governos.

Nada mais resta dos agentes econômicos e políticos que enfrentaram a oligarquia dos Albuquerque Maranhão.

Estão todos vivendo apojados nas tetas das Prefeituras.

Nesse cenário, a influência do governo é muito forte.

Nunca foi tão atual a máxima popular: pais nobres, filhos nobres e netos ladrões de bode”. (Comentários do advogado Ricardo Sobral)

 

 

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