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Análise: "A busca da Paz no Oriente Médio"

Postado às 06h42 | 17 Ago 2020

Ney Lopes

Israel e Emirados Árabes Unidos assinaram acordo de Paz, que pretende estabilizar as tensas relações entre israelenses e árabes, no Oriente Médio.

Trata-se da terceira tentativa de paz   entre um país árabe e Israel. Os outros dois foram assinados com o Egito (1979) e Jordânia (1994). Os palestinos protestaram, qualificando o acordo como forma de fortalecer Israel.

O Oriente Médio é palco de embate entre potências estrangeiras, dada sua estratégica posição entre Europa e Ásia e enorme riqueza em petróleo. Na geopolítica da região, Israel se preocupa com a expansão do terrorismo, comandado pelo “Hezbollah”, apoiada pelo Irã, que é uma organização política e paramilitar fundamentalista islâmica xiita, com atuação transnacional. Essa facção ganhou muita musculatura militar no Líbano e luta na guerra civil da vizinha Síria.

A propósito, os iranianos são quem menos interessa o acordo assinado, em razão de aumentar a aproximação de Israel com os árabes.  A potência persa, atravessa seríssima crise econômica, com a queda do preço do petróleo. O Irã é a maior concentração de xiitas do mundo. Os Emirados Árabes são um país de maioria sunita.

A divisão diz respeito à disputa entre as duas correntes sobre quem levaria adiante o legado do Profeta Maomé. Observe-se, que o maior número de sunitas está na   Arábia Saudita, enquanto os “xiitas” têm o seu centro no Irã. Os sunitas (cerca de 90% dos muçulmanos) acreditam que o califa (chefe de Estado e sucessor de Maomé) deveria ser eleito pelos próprios muçulmanos.

Já para os xiitas, o profeta e sucessor legítimo deveria ser Ali, genro de Maomé. Os dois grupos religiosos buscam músculos políticos e militares para a hegemonia no Oriente Médio. Realmente, é um verdadeiro labirinto de interesses conflitantes.

O acordo de Israel com os Emirados Árabes será apenas um “passo”, em busca da Paz.

Muito ainda terá que ser construído para evitar que o mundo assista a tragédia de um conflito de grande proporção, gerado por diferenças religiosas e em busca do poder econômico.

 

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