Postado às 17h06 | 22 Out 2020
Ney Lopes
As recentes declarações do Papa Francisco sobre as uniões homossexuais repercutem em todo o mundo. A origem foi um documentário, no qual o Papa defende que os casais homossexuais devem ser protegidos pelas leis da união civil. Vozes do Vaticano já esclareceram a verdadeira intenção do Pontífice.
Trata-se de um direito de proteção legal dessas uniões, o que não afeta a doutrina da Igreja sobre o matrimônio, reservado na Igreja Católica à união entre um homem e uma mulher. O Papa declarou, que “os homossexuais têm o direito a ter uma família. Eles são filhos de Deus”.
Analistas do conteúdo da declaração papal, consideram manifestação pública do princípio, de que cada pessoa deve ser respeitada, na sua individualidade, em todos os momentos da sua existência. Por isso, o Estado deve criar os mecanismos necessários para que isso se torne possível, através da legislação nacional, que preserve tais direitos.
A conclusão sensata, portanto, é de que o Papa Francisco não tem intenção de mudar a doutrina da Igreja. Ou seja, a Igreja não irá considerar, que uma união entre pessoas do mesmo sexo seja matrimônio.
O Papa apenas defendeu, que os casais homossexuais devem ser protegidos pelas leis da união civil de cada país e não se exponham à execração social.
Essa é uma posição humana.
Significa que as pessoas, qualquer que seja a sua orientação sexual, têm o direito à vida digna e normal e que os Estados têm o dever de defender e concretizar essa defesa, através do respeito a diversidade existente na sociedade. No mesmo documentário, no qual Francisco foi ouvido, ele aborda questões com as quais mais se preocupa, incluindo ambiente, pobreza, migração, desigualdade racial e discriminação.
Desde quando servia como arcebispo de Buenos Aires, o Papa defendeu a união civil para casais homossexuais, sem alteração da posição da Igreja Católica.
Afinal, compreender as razões do ser humano, imagem e semelhança de Deus, é, acima de tudo, enriquecimento recíproco e crescimento na fraternidade.