Agora, investigações no SENAC, SESC, SEBRAE, SENAI e outras entidades do "Sistema S"
Postado às 10h57 | 05 Jun 2017
O
sistema S (Sesi, Senai, Sesc, Senac e Sebrae), que movimenta mais de R$ 30 bilhões anualmente, pode ser considerado o maior esquema de corrupção envolvendo dinheiro público na história recente do Brasil.
Maior até que o escí¢ndalo da Petrobras.
A denúncia, do senador Ataídes Oliveira (PSDB/TO), levou o Comitê Estadual Contra as Reformas Previdenciária e Trabalhista de Mato Grosso do Sul (formado pela CUT, Força Sindical, CSB, CTB, CGTB e UGT) a engrossar o coro, que se faz em todo o país, pelo fim das contribuições públicas a essas entidades.
O senador explica que dos R$ 30 bilhões anuais, R$ 22 bilhões vêm de contribuições sociais que representam 3,1% da folha de pagamento do trabalhador brasileiro
Se a Cí¢mara dos Deputados não levou em consideração essa contribuição obrigatória, ao contrário da contribuição sindical que foi extinta no projeto aprovado na casa, no Senado isso não acontecerá, pois o senador Ataídes Oliveira já protocolou emenda ao projeto de reforma trabalhista, que está na casa, para acabar com a obrigatoriedade das contribuições a essas entidades
As denúncias de corrupção no sistema S feitas pelo senador são fruto de uma auditoria que ele solicitou ao Tribunal de Contas da União - TCU e CGU, quando saiu da suplência e assumiu o mandato de senador, na ocasião da licença médica do senador João Ribeiro.
Ataídes afirma que durante seu levantamento sobre o sistema S colheu informações suficientes que caracterizam atos de corrupção praticados por dirigentes do sistema
Segundo o senador, a investigação do TCU apurou que mais de 80% das organizações não têm auditoria independente e orçamentos públicos nos sites das entidades e não trazem o detalhamento adequado
O ministro do TCU, Weder Oliveira afirma que "
há um conjunto sério de irregularidades que começamos a apurar.
O sistema como um todo é de aproximadamente R$ 30 bilhões ao ano, sendo 16 bilhões de contribuições públicas , por isso, ainda que essas organizações sejam de administração privada, existem princípios de gestão pública que espera-se que sejam seguidos".
Ataídes de Oliveira afirma que o Sesi, Senai, Sesc e os outros "S" mantêm dezenas de milhões de reais em aplicações financeiras e investimentos imobiliários, notoriamente desvios de função, enquanto a aplicação do princípio de gratuidade , uma das obrigações do sistema, mal alcança 15% dos cursos ofertados.
REVISTA í‰POCA
Os salários que o Sesi paga aos apadrinhados do PT
Jair Meneguelli, o presidente do Sesi, presidiu a CUT e sempre teve posições radicais contra o empresariado brasileiro.
Foi premiado com um cargo no SESI, que ganha 60 mil mensais, além de várias outras "mordomias".
Além de atender a pedido de amigos, Meneguelli, o presidente do Sesi, também emprega os seus.
Um deles é o petista Osvaldo Bargas.
No período em que Meneguelli presidiu a Central íšnica dos Trabalhadores (CUT), ligada ao PT, Bargas era seu número dois.
No Sesi, recebe salário de R$ 33 mil. A sindicalista Sandra Cabral, amiga do ex-tesoureiro petista Delúbio Soares, também conseguiu emprego lá.
Recebe R$ 36 mil por mês.
Se alguém ganha bem no Sesi, é o próprio Meneguelli.
Há meses em que ganha quase R$ 60 mil "“ somando ao salário uma "verba de representação".
Hoje, ocupa uma sala espaçosa num dos prédios mais luxuosos da capital federal.
Meneguelli desfila num impecável Ford Fusion preto, modelo 2014, com motorista.
Para não ficar a pé no ABC paulista, deu ordens para que um Toyota Corolla zerinho fosse transportado de Brasília a São Bernardo do Campo.
Fica a sua disposição, com motorista.
As despesas com esses e outros três bólidos do Sesi somam mais de R$ 150 mil por ano.
Meneguelli tem uma mania incorrigível de confundir o patrimônio do Sesi com o dele.
Todos os finais de semana, recebia passagens pagas pelo Sesi para ir a sua casa em São Caetano do Sul, em São Paulo.
Isso acabou quando uma auditoria do Tribunal de Contas da União, o TCU, vetou o procedimento.
Outra auditoria da CGU também achou estranho que Meneguelli tenha criado uma representação do Sesi em São Bernardo do Campo "“ e não na capital paulista.
Silvana Aguiar, secretária de Meneguelli em São Bernardo, disse que a casa amarela, antes de ser o escritório do Sesi, já abrigava o escritório político de seu patrão.
Por meio de sua assessoria, Meneguelli afirmou que Marlene, Márcia, Aurélio, Sandra e Douglas cumprem suas jornadas de trabalho normalmente, que os cargos são de livre provimento e que os carros usados por ele são compatíveis com "padrão executivo, adotado pela instituição desde antes da atual gestão, e a despeito de quem seja gestor".
Afirmou não enxergar conflito de interesses na contratação do amigo Bargas.
COMPANHEIROS
Jair Meneguelli e o ex-presidente Lula. Nomeado por Lula, ele está há 11 anos no Sesi e ganha até R$ 60 mil mensais (Foto: Ricardo Benichio/divulgação)