Postado às 05h40 | 27 Mar 2021
Luis Fernando Veríssimo, na crônica “Critérios”, antecipa o que poderá acontecer no país em relação a Covid19, caso prevaleçam as posições políticas de intolerância, lado a lado.
Narra Veríssimo, a luta pela sobrevivência de náufragos, abandonados dentro de barco salva vidas, sem comida, no mar revolto.
Chegaram à conclusão que a antropofagia seria o único meio de sobrevivência.
A situação agravou-se com as discussões sobre qual critério para sobreviver.
Tubarões - O tumulto fez com que o barco virasse e todos, sem distinção, foram devorados pelos tubarões, que, como se sabe, não têm nenhum critério.
Critérios - No caso específico do Brasil, sem olhar pelo retrovisor, necessita-se de critério para alcançar a sobrevivência coletiva.
Significa frear as ameaças de recessão e erradicar o vírus.
Os caminhos são conhecidos: promover racionalmente o isolamento social, reforçar os hábitos de higiene e vacinar-se.
Avanços - São passos fundamentais, a visita do novo ministro da Saúde Marcelo Queiroga a centros universitários em SP e RJ, a criação de Comitê científico e a reunião do senador Rodrigo Pacheco com os governadores.
Bolsonaro- O presidente muda comportamento: fala em vacinar-se, recomenda máscaras e admite “lockdown”, caso a caso. Sem dúvida, um avanço.O importante é que as providencias sejam aceleradas.
Na Alemanha, Reino Unido, países escandinavos, ocorreram recuos dos governantes, face ao descaso no passado, em relação a gravidade da doença.
Vidas - Por mais que tenham existido equívocos é inexplicável torcer pelo “quanto pior melhor”.
Os julgamentos de responsabilidade política serão feitos nas urnas de 2022.
Como na crônica de Veríssimo, se o barco naufragar, todos nós seremos vítimas.
Por esse motivo, de agora por diante, o "critério" deverá ser “voto de confiança” nos três poderes da República.
A hora é de salvar vidas.
Potiguar - O conterrâneo Aldemo Garcia Júnior é Cônsul-geral do Brasil em Hamamatsu, Shizuoka, no Japão, onde se concentra a maior comunidade de brasileiros.
Pioneirismo – O embaixador Aldemo Garcia esteve com o governador Heita Kawakats e propôs ampliação os canais de comunicação, através de lives semanais.
Ele trabalha na formação de líderes brasileiros para inaugurar nova era da nossa imigração à terra do sol nascente, que será a representação política.
Construção civil – O setor imobiliário do RN espera aquecer novos lançamentos e seguir o exemplo de Fortaleza, onde foi lançado edifício de alto luxo – o São Carlos -, a 30 metros da praia, com 35 andares, cada apartamento com 700 m², direito a 15 automóveis na garagem.
Uma família cearense comprou seis apartamentos no lançamento, ao preço unitário de R $ 12 milhões.
É o caso de dizer: “quem pode, pode! ”
Segurança - Para eliminar dúvidas sobre a a vacina Oxford/AstraZeneca, que a Fiocruz irá fabricar no Brasil, o primeiro ministro inglês Boris Johnson vacinou-se com esse fármaco.
Vacinas - A indústria farmacêutica global quer produzir 10 mil milhões de doses de vacinas, em 2021, o dobro da produção em 2020.
O problema é oferta de matéria prima e prazos de entregas. Apenas no fabrico da vacina da Pfizer-BioNTech são necessárias 280 substâncias, adquiridas a 86 fornecedores, oriundos de 19 países diferentes.
Parcerias - Biden encontrou a solução de propor “parcerias de produção”, que já uniu a Merck e a Johnson.
É o caminho a ser seguido.
Exemplo – Israel confirma que o aumento anterior de transmissão foram os desconfinamentos rápidos.
Agora, após a vacinação, o isolamento é reduzido gradualmente.
Afinal, Sócrates tem razão: “A vida sem ciência é uma espécie de morte”.
Sinais – Mercado financeiro reclama alta dos juros; indústria dá férias pelo aumento do número de trabalhadores que adoecem; e o agronegócio sinaliza a rejeição à exportação da proteína animal do Brasil, tendo em vista o país ser considerado risco sanitário mundial.