Postado às 05h46 | 01 Jun 2021
A “terceira via” para a eleição presidencial de 2022 está sendo articulada nos bastidores.
A estratégia do ex-presidente Lula é tentar viabilizar seu nome.
Não se pode negar que Lula age com esperteza.
FHC/Lula - No encontro com FHC, o petista levou vantagem e não entregou nada.
O diálogo na política é civilizado.
Porém, nesse caso, FHC só teve desvantagem.
Quem ganhou foi Lula, sem se comprometer com nada..
Saiu com a certeza da simpatia pelo seu nome no segundo turno e confundiu a "cabeça" de muitos tucanos.
2022 – Ao procurar vários partidos de tendências diferentes, Lula tenta trazer para o Brasil o formato português da chamada “geringonça”, formada em 2015, a base de um condomínio ideológico de partidos, que antes nunca andaram juntos.
Geringonça - Não se trata de uma coligação.
Nesse modelo, os partidos conquistam votos separadamente, porém quando houver necessidade de união, todos se comprometem a formar grupo coeso.
No caso brasileiro, isso ocorreria no segundo turno, ou para assegurar a governabilidade depois de eleitos.
Exemplos - No Paraná, Lula já começou a “geringonça” articulando os apoios de Roberto Requião, do MDB; Michele Caputo do PSDB, Goura Nataraj do PDT e Mabel Canto do PSC, o partido conservador, que chegou a abrigar Jair Bolsonaro.
Aparência – Não será fácil o PT e Lula alcançarem bons resultados, com essa tentativa de copiar Portugal.
No Brasil, o substantivo feminino “geringonça” é uma coisa malfeita; obra maljeitosa e mal armada, que ameaça ruir.
Em 2022, a “gerigonça” de Lula terá maior semelhança com o significado da palavra no dicionário brasileiro, do que com o arranjo político de Portugal.
Cloroquina – Hoje, na CPI do senado será ouvida a médica oncologista e imunologista Nise Hitomi Yamaguchi, defensora do uso da hidroxicloroquina e cloroquina como tratamento de pacientes infectados pela Covid.
Atualmente, demonizada pelo PT e opositores, entre 2008 e 2011 ela foi representante do ministro da Saúde para o Estado de São Paulo, durante a gestão de José Gomes Temporão, no governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
Massacre - O Conselho Federal de Medicina (CFM) (Parecer nº 04/2020), diante da excepcionalidade da pandemia, deixou a critério médico o uso da hidroxicloroquina e cloroquina.
Tal permissão retira a hipótese de ser considerado crime a recomendação de tais medicamentos, desde que prescritos por receita médica.
Não existe delito no Código Penal brasileiro, nem legislação vigente, que puna esse procedimento mencionado..
A médica cearense Mayra Pinheiro explicou esse fato na CP,I de forma competente.
Entretanto, foi massacrada pelo relator e outros senadores, que só aceitam respostas daquilo que desejam ouvir.
Independentemente de ser ou não bolsonarista, no mínimo é um desrespeito a autonomia dos profissionais da medicina, que têm a prerrogativa de explicarem suas teorias médicas.
No relatório final, o relator pode impugnar e oferecer razões. Durante o depoimento, não.
Visão - Os sectarismos do governo e da oposição transformam a CPI num "ringue"..
Os governistas apoiam o linguajar desabrido de Bolsonaro sobre a pandemia, que é o fator mais prejudicial, por "morrer pela boca";
Analisadas as medidas tomadas desde o início da pandemia, o governo teria como se defender.
Mas prefere agredir.
Equilíbrio - Por outro lado, a oposição perdeu completamente a serenidade nos trabalhos da CPI.
O relator assemelha-se ao personagem do "Tzar" de ferro, na obra de Tolstói e é seguido, no mesmo estilo, pelos seus admiradores na plenário
Em nome da objetividade os indagantes exigem o "sim" ou "não" da testemunha, sem direito a explicações, o que é absurdo.
Tal atitude é proibida pelo CPP. (Código de Processo Penal).
São comuns, os cortes no meio das respostas das testemunhas, desde que a frase dita já atenda ao relator, ou ao indagante, esquecidos de que o depoente tem o direito de esclarecer a sua narração em detalhes.
E hoje? O que acontecerá hoje com a dra. Yamaguchi?
O bom senso espera da CPI que se colham provas concretas (e não hipóteses, ou ilações) sobre ações ou omissões, culposas ou dolosas, das quais resultaram prejuízos à sociedade.
O que está em jogo nesta CPI é a credibilidade do Senado Federal, que embora integrado por políticos, não pode perder a caracterizaticas de ser uma Casa republlicana, gerida pelos princípios da verdade e das liberdades democráticas.
O presidente está numa “sinuca de bico”.
Mesmo com o poder na mão, está sem partido para concorrer à reeleição.
Há dias disse, que “namorava” o PP., mas esse partido não quer o namoro.
Dinheiro – No PP, as dificuldades giram em torno de dinheiro do Fundo Eleitoral.
Dirigentes resistem em entregar as chaves do “cofre” ao presidente e seus filhos.
Alegam que o uso do dinheiro dos fundos eleitoral e partidário será para as eleições proporcionais e não disputas majoritárias, como Presidente.
Desobediência – O PP acha que os bolsonaristas desobedecem às orientações partidárias., quando a tradição da sigla é sempre unir a bancada para tirar vantagens dos governos.
Preferência – O senador Ciro Nogueira, presidente do PP, prefere Bolsonaro no PSL de Luciano Bivar, que tem a maior bancada na Câmara e fundo eleitoral com dinheiro.
Patriota – Ontem, 31, o filho do presidente senador Flavio Bolsonaro filiou-se ao nanico "Patriota".
A sinalização é que o presidente tomará o mesmo caminho, nos próximos dias.
Conclui-se, que "parrtido" no Brasil é feudo, semelhante a Idade Média.
Até um Presidente da República tem dificuldade de ter acesso a uma legenda para disputar a sua própria reeleição.
Incrível!