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83 milionários pedem aumento de impostos sobre os mais ricos para combate à pandemia

Postado às 08h31 | 13 Jul 2020

Dinheiro vivo - Portugal

“À medida que a covid-19 atinge todo o mundo, milionários e bilionários como nós têm um papel importante a desempenhar no mundo

São originários de sete países e em comum têm o facto de terem avultadas fortunas.

Numa carta aberta, pedem aos governos que subam a carga fiscal sobre os mais ricos para ajudar a financiar a recuperação mundial da crise provocada pela pandemia de covid-19.

É com uma carta aberta que 83 milionários de sete países (EUA, Canadá, Reino Unido, Nova Zelândia, Alemanha, Dinamarca e Holanda) instam os seus governos a aumentar os impostos sobre, precisamente, os mais ricos.

Consideram que este é o único caminho para apoiar a recuperação da economia mundial depois da crise provocada pela pandemia de covid-19 cujos efeitos, acreditam, vão prolongar-se durante muitos anos.

“À medida que a covid-19 atinge todo o mundo, milionários e bilionários como nós têm um papel importante a desempenhar no mundo”. Assim começa a missiva assinada por nomes como Abigail Disney (produtora de filmes), Jerry Greenfield (um dos fundadores da Ben and Jerry’s) e Mariana Bozesan (investidora em startups e filantropa). Salientam que não são eles quem cuida “dos doentes nas unidades de cuidados intensivos”, nem conduzem as ambulâncias que transportam os doentes ou fazem o reabastecimento dos supermercados.

“Mas temos dinheiro, muito. Dinheiro que é extremamente necessário agora e que vai continuar a ser necessário nos próximos anos, à medida que o mundo recupera desta crise. Hoje, nós, milionários que assinamos esta carta, pedimos aos nossos governos que subam os impostos sobre pessoas como nós. Imediatamente. Substancialmente.

Permanentemente”.

Estes mais de 80 milionários reconhecem que os efeitos da crise vão perdurar durante décadas, vão deixar milhares de pessoas em situação de pobreza e centenas de milhões vão ficar desempregadas, além das crianças que perderam o acesso às escolas e “não têm acesso aos recursos que precisam para continuar a sua aprendizagem”.

A falta de camas nos hospitais, de máscaras e de ventiladores são “uma lembrança diária dos investimentos inadequados feitos nos sistemas públicos de saúde”.

Por isso, defendem: “os problemas causados e revelados pelo covid-19 não podem ser resolvidos com caridade, independentemente do quão generosa for.

Os líderes dos governos têm de assumir a responsabilidade de captar os fundos necessários e gastá-los de uma forma justa. Podemos assegurar que financiamos de forma adequada os nosso sistemas de saúde, educação e de segurança através de um aumento dos impostos permanente sobre as pessoas mais ricas do planeta, pessoas como nós”.

Os signatários desta carta não têm dúvidas que “é necessário reequilibrar o mundo antes que seja demasiado tarde” e que não haverá outra oportunidade para o fazer corretamente. Terminam a carta como a começaram, pedindo que os impostos que pagam sejam mais elevados.

 “Ao contrário de dezenas de milhões de pessoas por todo o mundo, não temos de nos preocupar com [a possibilidade] de perdermos o emprego, as nossas casas ou a nossa capacidade de sustentar as nossas famílias.

Não estamos a lutar na linha da frente desta emergência e temos menos probabilidade de sermos vítimas. Por isso, por favor. Tributem-nos. Tributem-nos. Tributem-nos. É a escolha certa. É a única escolha.

A humanidade é mais importante que o nosso dinheiro”, rematam.

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