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Triste notícia, em manchete do “Diário de Notícias”, de Lisboa: jovens brasileiros, decepcionados, querem deixar o país para morar em Portugal

Postado às 06h58 | 17 Jun 2018

Estudo do Datafolha revela que 62% dos brasileiros entre os 16 e os 24 anos gostavam de abandonar o país e escolhem Portugal

Seis em cada dez jovens brasileiros gostavam de viver fora do país e Portugal surge como o segundo destino mais desejado, depois dos EUA.

Esta disponibilidade para emigrar dos jovens entre os 16 e os 24 anos - maior do que a média da população adulta que é de 43% - é o principal resultado de um estudo de opinião efetuado pelo instituto de sondagens Datafolha para o jornal Folha de São Paulo. 

Outra das conclusões desse estudo, no qual foram entrevistadas 2090 pessoas, é que entre os inquiridos com idades entre os 26 e os 34 anos, 50% também consideraria a possibilidade de mudar de país se a oportunidade surgisse.

Esta disponibilidade estará relacionada com a crise política e económica que se vive no Brasil, como reconheceu ao DN o diretor de pesquisa do Datafolha, Alessandro Janoni.

A partir dos 35 anos, a vontade de emigrar vai diminuindo.

Portugal ser o segundo destino mais indicado pelos jovens (8% contra 14% dos EUA) é uma boa notícia, pois uma imigração jovem - e no caso uma grande parte com curso superior - pode ajudar a diminuir os problemas da redução de população.

É que as previsões do Instituto Nacional de Estatística apontam para que a população mais jovem seja reduzida de 1,4 milhões para as 900 mil pessoas em 2080, enquanto o número de idosos deverá subir de 2,2 para 2,8 milhões.

De acordo com esses dados, Portugal vai ficar abaixo dos 10 milhões de pessoas já a partir de 2033.

Quanto à preferência por Portugal, também surpreende, "principalmente em segmentos específicos da população brasileira.

Entre os mais escolarizados e mais ricos, por exemplo, Portugal empata com os EUA".

De acordo com os dados oficiais mais recentes, de 2016, há 81 251 brasileiros em Portugal, o que faz deles a maior comunidade estrangeira no país, um facto que Alessandro justifica com "a qualidade de vida" que encontram cá.

"Baixas taxas de violência, relação histórica entre os dois países, a língua e os cenários político e económico estáveis", exemplifica.

Com a prisão de Lula da Silva e a destituição de Dilma Rousseff, o Brasil ficou ainda mais dividido, aguardando agora eleições para a Presidência, que se devem realizar ainda este ano.

Após dois anos de recessão, a economia cresceu 1%, em 2017, mas ainda não foi o suficiente para o que o país necessita.

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