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Sem conseguir votos de Haddad, Ciro foca eleitores de Alckmin e Marina

Postado às 03h51 | 21 Set 2018

Com dificuldades em desidratar a candidatura de Fernando Haddad (PT), que tem crescido nas pesquisas eleitorais, o candidato do PDT à sucessão presidencial, Ciro Gomes, mudou sua estratégia eleitoral e agora priorizará os eleitores do campo de centro.

Considerado a principal segunda opção na disputa deste ano, como mostrou pesquisa Datafolha, ele moldará o discurso público para tentar se viabilizar como a "terceira via" e avançar sobre aqueles que hoje declaram intenção de votar em Geraldo Alckmin (PSDB) ou Marina Silva (Rede).

A ideia dele é de se apresentar como um candidato moderado e que poderá evitar um segundo turno entre os dois polos radicais desta campanha eleitoral: PT e PSL. Para isso, ele reforçará propostas nas áreas de saúde e educação, que possuem mais apelo entre o eleitorado de centro.

"A estratégia é não ser nem coxinha nem mortadela, mas ser rapadura: duro, porém doce", resumiu o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi.

Inicialmente, com a entrada de Haddad na disputa presidencial, o objetivo de Ciro era tentar herdar as intenções de voto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, argumentando que era aposta mais competitiva e preparada do campo de esquerda. 

O esforço, contudo, não surtiu o efeito desejado. Haddad tem tido êxito na transferência de votos de Lula e tem se isolado em segundo lugar na disputa eleitoral, ficando atrás apenas de Jair Bolsonaro, do PSL. 

Para viabilizar a nova estratégia, Ciro irá dedicar as duas últimas semanas de campanha eleitoral a caminhadas e encontros no Sudeste, onde Alckmin tem seu melhor desempenho no país e onde o percentual de indecisos é maior.

Segundo a última pesquisa Datafolha, Ciro é hoje a principal segunda opção de voto dos eleitores que pretendem votar em Haddad e Marina. Entre os que tem preferência em Alckmin, ele fica atrás apenas de Marina.

Em uma derradeira tentativa de desidratar Haddad, Ciro fará neste final de semana seu último périplo pelo Nordeste.

Na viagem, pretende poupar Lula da críticas e dirá que tem mais chances que Haddad de vencer Bolsonaro.

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