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Reflexões na Serra da Estrela, Portugal

Postado às 15h01 | 16 Fev 2024

Ney Lopes

Este ano, resolvi auto presentear-me e vim com familiares passar o aniversário (14 de fevereiro) na Serra da Estrela. Rodeando o rio Douro é o ponto mais alto de Portugal, região montanhosa de rara beleza e uma das áreas turísticas mais visitadas por brasileiros nesse país europeu. Sempre gostei do clima frio das serras.

Nas campanhas políticas pelo Oeste potiguar, optava por dormir em Portalegre, Martins, Luiz Gomes, Venha Ver, São Miguel e desfrutar o clima agradável. Aqui, na serra da Estrela, a neve poderá cair, a qualquer momento. O vinho português já está ao meu lado, de plantão. O estilo do povo é como se estivesse no Nordeste. O melhor são os preços, bem menores, do que das grandes cidades.

Hospedei-me na comunidade Castelo de Paiva, com pouco mais de 15 mil habitantes. É uma vila portuguesa pertencente ao Distrito de Aveiro, às margens do rio Douro. De barco é possível chegar na Ilha dos Amores, a mais secreta e paradisíaca da região.

Diz a lenda que lá nasceu um romance terminando em tragédia. Agora, é frequentada por casais apaixonados, que fazem declarações, juras, pedidos apaixonados e até se casam em segredo. A ilha foi um local de culto no período medieval e teve uma capela dedicada a São Pedro.

No final da semana, visitarei a vila chamada Seia, conhecida por ser uma das entradas para a Serra da Estrela. Lá está o ponto mais elevado de Portugal: a Torre, a 1993 metros de altitude. Por ser viciado em pão, tenho a curiosidade de visitar o Museu do Pão. No local, funciona restaurante com o prato tradicional “bacalhau à Museu”. Na sobremesa o arroz doce às pêras bêbadas. Informei-me e irei testar.

Portugal está em ebulição política. O presidente, Marcelo Rebelo de Sousa, dissolveu o Parlamento. As eleições legislativas foram antecipadas para 10 de março de 2024. Os prognósticos são de um pleito duríssimo. A previsão é de empate técnico entre as principais forças políticas do país. Os levantamentos mostram o crescimento expressivo do partido de ultradireita- o “Chega” -, já na terceira colocação.

Chamou-me a atenção uma entrevista do deputado e historiador Rui Tavares, fundador e eleito pelo partido Livre. Ele alerta que a democracia está em risco e que a esquerda e a direita têm de amadurecer, para tornar possível o diálogo.

Comparando com o Brasil é isso que também falta ao nosso país. A anistia para os atos de 8 de janeiro, que não envolvessem depredação dos bens públicos, seria gesto do presidente Lula em prol de reconciliação nacional., que deixaria definitivamente a marca de magnanimidade inscrita em sua vitoriosa história política. Parece um sonho. Mas, afinal, como disse Shakespeare “Nós somos do tecido de que são feitos os sonhos”. PS. Os textos diários continuarão sendo publicados.

 

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