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Prognósticos para a eleição do RN são de verdadeira “salada russa”, com partidos voltados para eleição proporcional e abandonando a majoritária

Postado às 10h27 | 08 Mai 2018

Do editor

A eleição de 2018 no Rio Grande do Norte será a mais atípica do país, em relação à formação de coligações partidárias, que acomodem interesses proporcionais e majoritários.

O imbróglio começa na eleição de deputados federais, que deverá concentrar prioritariamente os objetivos dos partidos políticos.

Isso porque, os bilhões do “imoral” Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) serão divididos entre os partidos, proporcionalmente ao número de deputados na Câmara Federal, consideradas as legendas dos titulares.

Dos oito deputados federais atuais do RN, talvez apenas um – Zenaide Maia – não disputará a reeleição. 

O detalhe único no Brasil é que todos esses parlamentares formam a única bancada na Câmara Federal, com titulares eleitos em 2014, em partidos diferentes (o que permanece até hoje, mesmo com os “pulos” da janela partidária).

Senão vejamos: Walter Alves - PMDB; Rafael Motta - PROS; Fabio Faria - PSD; Dra Zenaide Maia- PR;  Felipe Maia - DEM; Rogerio Marinho - PSDB; Antonio Jácome - PMN e   Betinho Rosado Segundo - PP.

Essa realidade dificultará sobremaneira as composições e coligações em 2018.

O “olhar” dos dirigentes partidos estará voltado para a eleição do maior número de “federais”, a fim de abiscoitar maior fatia em dinheiro do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC).

Aí surge a conhecida engenharia estratégica da palavra da moda: formação de “nominatas”, que garantam a eleição de todos.

Para mostrar “força eleitoral” essas tais “nominatas” procuram mostrar densidade política que não possuem, atemorizam os candidatos majoritários, escondem as suas profundas divisões internas, vendem “gato por lebre”, prometem o que não podem entregar...

O mais característico dessas “nominatas de partidos” no RN tem sido, em nome da prudência política, adiar e “levar com a barriga” o apoio ao governo Robinson Faria, para usufruírem até agosto próximo de todas as benesses, cargos, prestígio, influência e depois cada partido tomar o seu rumo.

Com a prioridade na eleição sendo orientada para a eleição da bancada federal prepara-se um verdadeiro “salve-se quem puder”, na medida em que cada deputado federal, que pretende reeleger-se, pertence a um partido diferente.

Surge a pergunta: como formar coligações majoritárias e proporcionais?

Diante das “vacilações”, “matreirice”, “jogo de cena”, torna-se absolutamente impossível formular prognósticos sobre o que irá acontecer nessa “salada russa” da política do RN, em outubro próximo.

O “nó górdio” está na regra legal vigente, de que nenhum partido coligado na eleição majoritária (governador e senador) poderá coligar-se proporcionalmente (deputados federal e estadual) com outro partido não integrante da coligação majoritária.

Trocando em miúdos: se o PSDB, por exemplo, coligar-se majoritariamente com o DEM, MDB e PDT no apoio à Carlos Eduardo, não poderá coligar-se na proporcional a outros partidos que não sejam esses da majoritária.

Por exemplo: o grupo da prefeita Rosalba Ciarlini, Carlos Augusto e Betinho Rosado, que domina o PP, se indicar o vice-governador na chapa de Carlos Eduardo, somente poderá coligar-se na proporcional, no todo ou parte, com os partidos que estiverem na coligação majoritária do ex-prefeito de Natal.

Ao que se sabe existe entre os chamados “nanicos” uma tendência de não coligar-se com os “grandes”, pelo temor de serem “estraçalhados”, sobretudo na distribuição dos recursos para a campanha.

Melhor seria os “pequenos partidos” unidos entre si numa única “nominata”.

Caso isso ocorra, os chamados “grandes partidos”, atrelados às candidaturas majoritárias já lançadas, terão dificuldade de reeleger os atuais deputados federais e até os estaduais.

Nesse caso, as “nominatas” funcionariam para os “nanicos”, dando-lhes maior margem de sucesso final.

Entre as alternativas que surgem, se destacam duas hipóteses.

A formação de bloco mais denso de partidos para apoiar as candidaturas majoritárias de governador e senador.

Nesse caso, seriam legais e possíveis a formação de várias coligações proporcionais entre os partidos de cada coligação majoritária.

Outro caminho – talvez o mais provável – seja a maioria dos partidos não coligar-se na eleição majoritária de governador e senador, firmando coligações variadas nas eleições proporcionais.

O apoio ao candidato a governador e senador ficaria “em aberto”, para escolha individual de cada candidato proporcional (coligação branca).

Caso ocorra a última hipótese, a posição dos candidatos majoritários será dificultada, por não poder priorizar a campanha da sua própria coligação proporcional oficial, em razão do possível apoio de outros candidatos dispersos, pertencentes a outros partidos e coligações.

Os aspirantes ao governo estadual e ao Senado Federal (eleições majoritárias) farão, portanto,  campanhas restritas às suas pequenas coligações, já que a tendencia da maioria dos partidos será pulverizar maior número de partidos coligados apenas na eleição proporcional, para alcançar melhores resultados eleitorais.

Não há outra expressão em relação a eleição de 2018, senão que será um verdadeiro imbróglio!

Salve-se quem puder....

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