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Presidente desiste de emplacar nomeação, mas gera crise na PF e na Receita

Postado às 05h47 | 17 Ago 2019

Folha

Troca de chefe do órgão no Rio gera atrito; 'quem manda sou eu' afirma presidente

A interferência de Jair Bolsonaro (PSL) na chefia da PF no Rio causou perplexidade dentro do órgão e deu início a uma espécie de queda de braço entre o Palácio do Planalto, a corporação e o ministro Sergio Moro (Justiça).

Bolsonaro anunciou a saída de Ricardo Saadi, que já deixaria o cargo por vontade própria, contestou o substituto escolhido pela direção-geral e deu como certa a nomeação de Alexandre Silva Saraiva, a quem conhece.

A investigação de suposto elo entre milícias e a família do presidente, o chamado caso Queiroz, foi decisiva na troca de Saadi, embora ele não tivesse ingerência na apuração.

“Quem manda sou eu”, afirmou Bolsonaro.

Caberá a Moro, a quem a PF está subordinada, arbitrar o conflito, crucial para o futuro do Órgão

Estado

Órgãos que de alguma forma investigaram parentes do presidente têm mudança de comando e ameaça de rebelião

A decisão do presidente Jair Bolsonaro de substituir o superintendente da Polícia Federal no Rio fez com que o comando da corporação pressionasse Sérgio Moro, a quem é subordinada. O ministro da Justiça foi alertado de que estava prestes a perder o controle da PF.

A crise só arrefeceu após o presidente declarar que aceita nomear o atual superintendente de Pernambuco para a vaga. Além da PF, nos últimos dois meses, Bolsonaro interferiu na Receita Federal e no Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), os três principais órgãos de combate à corrupção no País e que de alguma forma cruzaram o caminho de sua família. O presidente já admitiu que em alguns casos agiu para defender parentes.

Na Receita, ele determinou a substituição do superintendente no Rio e de delegados. A cúpula do Fisco avisou que não aceita indicações políticas e ameaça entregar cargos. No Coaf, que ficará subordinado ao Banco Central, o presidente Roberto Leonel, indicado por Moro, será substituído

Globo

Depois de afirmar que quem mandava na Polícia Federal era ele, reiterando a indicação do delegado Alexandre Saraiva para a Superintendência no Rio, o presidente Bolsonaro voltou atrás. O diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, que havia escolhido outro nome para o cargo, ameaçara pedir demissão

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