Postado às 07h31 | 05 Ago 2018
Lula em visita passada ao nordeste
O Portal 360 analisa a corrida presidencial, dando ênfase a estratégia do PT com a candidatura de Lula.
Diz a postagem:
O petista protagoniza a mais heterodoxa campanha presidencial brasileira pós-redemocratização.
Está preso por ter sido condenado a 12 anos e 1 mês de prisão, já em 2ª Instância, na Lava Jato. Vai insistir no registro da candidatura até quando for possível. O cenário ficará incerto até quando faltarem só cerca de 20 dias para o 1º turno, em 7 de outubro.
O clima de quase realismo fantástico se dá não porque Lula insista em se candidatar estando preso. Tem sido comum casos assim em disputas municipais. O que dá relevo ao cenário é ser uma eleição presidencial e Lula estar como 1º colocado isolado em todas as pesquisas de intenção de voto –quando o seu nome é testado.
O DataPoder360 pesquisou o potencial de voto de Lula de 25 a 28 de julho de 2018. Ele tem 38% de pessoas que dizem votar nele “com certeza” ou que “poderiam votar”.
É necessário notar, que Lula tem uma taxa de rejeição (os que dizem não votar nele “de jeito nenhum”) altíssima, de 60%. Mas aí ele se iguala aos demais candidatos nesta disputa.
Jair Bolsonaro (PSL) é rejeitado por 65%. Geraldo Alckmin (PSDB), por 62%. Ciro Gomes (PDT), tem 60%. Para conhecer a situação desses e de outros candidatos, leia os posts já publicados sobre a pesquisa DataPoder360 nesta semana, aqui e aqui.
A diferença para Lula é o potencial de voto –vital neste momento para passar ao 2º turno. Lula não deve ser confirmado como candidato, a julgar pelo que dizem os magistrados do TSE e do STF. Mas certamente tentará inocular parte de seu patrimônio em algum substituto.
Como se observa, Lula tem 56% de intenção de votos no Nordeste. Essa é 2ª região com maior número de eleitores do país, atrás apenas do Sudeste.
Segundo o TSE, o Nordeste tem 39.222.155 eleitores (26,6% do país). O Sudeste é o 1º colocado, com 63.902.486 eleitores (43,4%).
Lula não vai tão mal no Sudeste, com 30% de potencial de voto. Se pudesse ser candidato, certamente iria para o 2º turno –e teria chances de vitória mais adiante.
Mesmo sem ter definido quem vai eventualmente substituí-lo na corrida presidencial, o petista exerceu forte influência sobre partidos e políticos nas últimas semanas, sobretudo os do Nordeste.
A indagação que fica no ar: será que a popularidade de Lula ajudará os candidatos petistas aos governos dos estados nordestinos?
Em 2014, o apoio de Lula foi decisivo para vitórias como a de Robinson Faria no RN.
Nas circunstâncias atuais, certamente a transferência de votos se torna mais difícil.
Porém, é uma hipótese que não pode ser descartada.