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Paulo Guedes volta a sugerir privatização da Petrobras

Postado às 05h01 | 16 Ago 2019

O ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou nesta quinta-feira a sugerir a possibilidade de privatização da Petrobras . Ao lado do presidente da estatal, Roberto Castello Branco, em evento no Rio, disse que, pelo ritmo das desestatizações, talvez o executivo tenha que tratar do tema em breve:

— Estamos começando devagar nas privatizações, mas já sabemos que vamos privatizar os Correios, a Eletrobras. Não duvido que a gente vá privatizar algumas coisas maiores, viu, Castello?

Guedes provocou risos na plateia, mas, depois, perguntado sobre o assunto, disse que foi apenas uma brincadeira:

— Isso, por enquanto, é uma brincadeira, uma especulação. Eu disse para ele (Castello Branco) ficar alerta porque, na velocidade em que o presidente (Bolsonaro) está indo, pela prensa que está dando no Salim (Mattar, secretário de Desestatização), acho que já, já chega na Petrobras.

Na semana passada, Jair Bolsonaro disse ter cobrado de Mattar a privatização de ao menos “uma estatal pequenininha por semana”. Ontem, Guedes disse que o presidente está mais “sintonizado” com a agenda de privatizações e lembrou ter presenciado Bolsonaro cobrando Mattar sobre o fechamento de Valec e EPL e a venda dos Correios.

Opções para estados

Guedes afirmou que estatais como Petrobras e Eletrobras “quase quebraram” e perderam capacidade de investimento em governos anteriores. Disse que o país precisa de investimentos privados fortes para retomar o crescimento, o que, na visão dele, é incompatível com monopólios estatais.

Mais cedo, em São Paulo, Guedes defendeu que estados tenham o direito de aderir ou não ao sistema de impostos unificados que o governo quer adotar a partir da reforma tributária. Ele defende a criação do Imposto de Valor Agregado (IVA) dual, ou seja, que agregue tributos federais (PIS, IPI e Cofins) com a possibilidade de estados e municípios — que cobram ICMS e ISS —entrarem no sistema:

— Não vamos brigar com estados e municípios — disse, citando iniciativas similares ao IVA dual no Canadá e na Índia. — A ideia é entrar quem quer. Quem quiser fica fora. A guerra fiscal é terrível por um lado, mas por outro é a competição, o direito de sair fora de um imposto. Chamam isso de guerra fiscal, eu chamo de liberdade.

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