Postado às 03h31 | 10 Mar 2018
A esquerda se uniu. PT, PDT, PSOL e PCdoB apresentaram em conjunto uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) questionando uma resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que liberou o autofinanciamento sem restrições.
Na prática, o TSE permitiu que, na eleição de 2018, um candidato rico possa gastar sua fortuna, sem limites, na campanha.
Ainda não há relator sorteado para a ação no STF.
Não se pode negar que a desigualdade proporcionada pelo autofinanciamento eleitoral fragiliza a democracia, fortalece os candidatos-empresários e elimina do processo eleitoral as candidaturas com pouco ou nenhum recurso.
O processo eleitoral torna-se uma falácia.
Não há igualdade.
Não há liberdade.
Não há legitimidade.
Não há cidadania.
Não há democracia.
Não há sociedade justa.
Há apenas o poder econômico.
O autofinanciamento eleitoral cria um privilégio ao permitir que a candidato com maior poder financeiro sustente sua campanha eleitoral com maior facilidade, atingindo um público maior e, consequentemente, alterando o resultado do processo eleitoral.
Essa distorção se acentua a partir da decisão do STF em 2015, proibindo doações de empresas.
Um candidato rico poderá continuar a despejar milhões em sua própria campanha desde que respeitado o limite de gastos previamente informado e doando na condição de pessoa física.
Sem dúvida, uma forma de desequilibrar a disputa.
Dados mostram que um quinto dos prefeitos brasileiros eleitos em 2016 são milionários.
Numa hora de mudanças, a Resolução do TSE questionada no STF conspira contra a democracia e torna ilegítima a eleição de 2018.