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Opinião: "O “novo”, agora “velho”?"

Postado às 09h00 | 27 Mai 2020

Ney Lopes

O governador do Rio, Wilson Witzel, foi eleito sob o patrocínio do grupo político do presidente Jair Bolsonaro, ostentando o símbolo do “novo”, em combate aberto à “velha” política. O tema central da sua campanha era transformar o “dever de ser honesto”, em “virtude de “não roubar” dinheiro público.

Diante dos inegáveis desmandos do petismo, o campo se tornou fértil. De outro lado, seu incentivador e amigo, então deputado Bolsonaro, afirmou-se como aspirante ao Planalto pela rebeldia, agressividade, ousadia e voluntarismo. Colocou-se como anticorrupção, pró família, defensor da segurança do cidadão e valores semelhantes.

A fragilidade dos opositores abriu espaço à pregação mística do “novo” combatendo a “velha política”, com a repetição da mesma cantilena da “anticorrupção”.  Ninguém de bom senso poderia se opor a tais propósitos. Mas, era evidente que faltava “algo mais”, no campo das ideias e propostas de governo.

Fato inusitado tornou impossível a “nova” política mostrar na TV e rádio “porquê” disputava a eleição. Bolsonaro foi atingido por uma “facada” e saiu do debate eleitoral. Enquanto convalescia, os amigos “novos”, na sua cidade Rio de Janeiro, caminhavam sob a liderança do então fiel correligionário Wilson Witzel, ex-juiz, que abrigava em seu palanque os seus filhos, afinal eleitos. O tempo passou e o que se vê hoje é algo inacreditável. O presidente vitorioso acusa o “novo de ontem” do “velho de hoje” e o condena como corrupto e useiro dos vícios da “velha política”.

Em verdade, as investigações contra Witzel apenas começaram. Não se pode condená-lo por antecedência, antes que use o legítimo direito de defesa.

Porém, os sinais políticos convergem para práticas, no mínimo obscuras, envolvendo ele e a sua esposa. O mais perigoso: Witzel acusa com veemência o senador Flávio Bolsonaro, formulando várias denúncias, sem que mostre, até agora, provas. Mas, o que se conclui é que o “novo”, pelo que se vê, cada dia, mais se aproxima do “velho”.

Ou nada disso acontece e estamos enxergando miragens?

 

 

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