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Novo corte de juros é empurrão extra para (tentar) crescer

Postado às 04h17 | 06 Fev 2020

O novo corte da taxa básica de juros é um empurrão extra para que o consumidor volte a colocar a mão no bolso ou faça algum financiamento que contribua para aquecer a economia e acelerar o ritmo de retomada que se arrasta há três anos. A decisão tomada de forma unânime pelos integrantes do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, liderada pelo presidente Roberto Campos Neto, não é receita garantida de expansão. Mas no atual cenário de fábricas paradas e inflação voltando à normalidade — depois da “crise do bife” no fim do ano —, o aumento da dose de estímulo não impõe nenhum tipo de risco de avanço descontrolado dos preços, em caso de retomada mais forte da atividade das empresas e indústrias do país.

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Os diretores do BC sabem que não é a política de juros que fará sozinha o papel de alavanca do crescimento. Por isso, insistem que a agenda de reformas precisa continuar avançando: "Perseverar nesse processo é essencial para permitir a consolidação da queda da taxa de juros estrutural e para a recuperação sustentável da economia", escreveram os diretores no comunicado divulgado nesta quarta-feira.

O ciclo de redução da Selic foi longo — a tesourada desta quarta-feira foi a quinta promovida pelo Copom, considerando apenas o governo Jair Bolsonaro — e a taxa está num patamar historicamente baixo, que já forçou uma mudança na forma de pensar investimentos por parte de quem consegue guardar algum dinheiro no fim do mês.

Apesar das incertezas sobre os efeitos da crise do coronavírus na economia global, a ajuda vinda da grande sala de reuniões do oitavo andar da sede do BC, em Brasília, chegou ao fim. "Considerando os efeitos defasados do ciclo de afrouxamento iniciado em julho de 2019, o Comitê vê como adequada a interrupção do processo de flexibilização monetária", diiz o comunicado do BC. (Renato Andrade)

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