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No RN, fato inédito: candidata do PT ao Governo afasta alianças, isola-se e demonstra que não quer “ganhar” a eleição

Postado às 10h50 | 14 Jul 2018

A senadora Fátima Bezerra (PT-RN) nesta eleição de 2018 é protagonista de uma situação político-eleitoral inusitada e inédita no país.

O comportamento da parlamentar e decisões tomadas tem deixado claríssimo que o seu objetivo como pré-candidata ao governo do RN é unicamente manter viva a chama do seu nome, na liderança estadual do PT.

Para Fátima, eleger-se governadora do Estado é um “pesadelo”, que ela procura afastar-se.

Essa hipótese não convém a ela.

Pode até convir aos seus correligionários, mas a Fátima não.

Por que se admite isto?

Várias posturas da senadora levam a essa conclusão.

Senão vejamos.

Como já comentado neste blog, recentemente a senadora Fátima Bezerra assumiu publicamente a posição de avalista, do que ela condena e denomina de oligarquias potiguares.

Segundo Fátima, esses grupos se agrupam em famílias e decidem fazer alianças estapafúrdias, vendem legendas, atraem “apaniguados” beneficiando-os, colocam-se acima do bem e do mal e ditam as regras que irão predominar, sem levar em conta os militantes, a ética, ou o bom senso.

Pois bem, do ponto de vista da decisão de “cima pra baixo”, Fátima confirmou o nome de Antenor Roberto, presidente estadual do PC do B, para vice-governador em sua chapa.

Como candidata, ela teria legitimidade para ponderar e optar por um dos outros dois nomes que lhe foram sugeridos na coligação: Airene Paiva e Gutemberg Dias. Esse último de utilidade eleitoral notória. Seria o palanque de para Fátima em Mossoró, colégio eleitoral decisivo numa eleição majoritária.

Gutemberg Dias é uma liderança em crescimento. Na última eleição de prefeito foi muito bem votado, além de ser professor universitário credenciado.

Essa observação não envolve restrições ao escolhido de Fátima, o advogado Antenor Roberto, um homem de bem, preparado e pertencente a uma legenda respeitada que é o PCdoB.

Mas, eleitoralmente é óbvio que Gutemberg Dias agregaria molhares de votos em Mossoró e redondezas, aumentando as chances de vitória de Fátima, que ela parece não desejar alcançar.

Outro fato.

Em certo momento pareceu possível, a nível nacional, o PT aproximar-se do PSB.

Fábio Dantas admitiu a sua esposa deputada estadual Cristiane Dantas ser companheira de Fátima, como vice.

Logo se propagaram informações de que o PT não desejava juntar-se ao PSB, no estado.

Aproxima-se o prazo fatal das convenções.

Fátima – que é quem manda no PT-RN – só fechou aliança com um partido miúdo – PHS – e manteve com o PC do B, sem duvida de tradição e respeito na política nacional.

A deputada Zenaide Maia será candidata ao senado, em companhia de um petista.

Não deu pra ninguém, portanto.

Fala-se, inclusive, do pouco entusiasmo do petismo com Zenaide Maia, por ser ela pertencente ao tradicionalismo político local (família Maia) e os redutos eleitorais do seu esposo, ex-prefeito de São Gonçalo do Amarante, estarem sendo destinados a candidatos proporcionais que não são do PT.

O comportamento de Fátima Bezerra chamou a atenção, recentemente, até da jornalista Thaisa Galvão, que em seu blog postou que ela está silenciosa e há quem diga que não quer ganhar a eleição.

Será mesmo que Fátima só pensa em reeleger-se senadora em 2022 e agora está somente “esquentando” o seu espaço político no RN?

Será?

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