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"Deu em nada"a investigação do Senado sobre cerca de R$ 17 bi, que a União arrecada e entrega à entidades de empresários

Postado às 05h47 | 14 Abr 2018

O Senado Federal  fez investigação sobre o Sistema S,  que movimenta mais de R$ 17 bilhões de reais anualmente.

Terminou anteontem e deu em nada.

O valor equivale a cerca de metade do Orçamento do Bolsa Família de 2017.

O Sistema S é gerido pelas confederações de empresários do país (CNI, CNC...) e os recursos são os impostos (contribuição compulsória que é um tipo de tributo)  provenientes do desconto de salários dos trabalhadores de áreas como indústria e comércio.

O dinheiro arrecadado pelo governo e transferido às entidades privadas de empresários, praticamente não é fiscalizado pelo TCU, em razão de normas aprovadas ao longo dos anos.

O TCU homologa os relatórios, mas não fiscaliza com rigor os bilhões arrecadados e aplicados, a nível privado.

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, citou recentemente decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) para reforçar o caráter privado das contribuições e fugir a qualquer tipo de fiscalização do TCU.

Uma decisão do ministro Teori Zavascki diz que somos entidades privadas não integrantes da administração pública, financiados com recursos do próprio setor produtivo, mas que estamos sujeitos à fiscalização do TCU [Tribunal de Contas da União], apenas para o controle finalístico.

Recentemente, há decisões do ministro Gilmar Mendes de que as entidades do Sistema S têm natureza privada, não integram a administração pública direta ou indireta e não se aplicam a elas a observância do disposto na Lei 8.666/1993.

Essa é uma decisão recente, de 3 de abril — afirmou.

O principal pretexto é que esse dinheiro mantém instituições como SESC,SENAC, SEBRAE e outras.

Todavia, na prática a receita é também transferida e aplicada na manutenção de sindicatos, federações e confederações, com denuncias gravíssimas de mordomias.

A investigação sobre o Sistema S, que rola em comissão do Senado, acabou em… W.O.

Dois senadores – Armando Monteiro (preposto da CNI, entidade que presidiu) e Lídice da Mata – abandonaram audiência especial por achar que o relator, Ataídes de Oliveira, estava… falando demais.

Tudo ficou no dito pelo não dito.

Enquanto isso, os órgãos empresariais continuarão usufruindo o dinheiro arrecadado pelo Governo Federal, sem dá satisfação a ninguém.

Esses órgãos são os mesmos que "clamam" por reduções de impostos no país.

Porém, a redução por eles defendida é para todos os tributos, menos a contribuição compulsória fiscal milionária que sustena o SISTEMA S.

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