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João Paulo Jales dos Santos - "No horizonte, as intempéries políticas não cessarão em 2018"

Postado às 17h48 | 30 Jun 2018

No nebuloso cenário da sucessão presidencial, a quase toda semana um nome é alçado na mídia para se testar sua possível viabilização eleitoral.

Passa-se um tempo com os holofotes em torno deste nome, para tentar impulsionar sua candidatura, ganhando assim densidade eleitoral.

Mas até aqui, todas essas tentativas naufragaram no mar de incredulidade que toma de conta da corrida ao Palácio do Planalto.

Foram alçados ao centro do tabuleiro eleitoral Luciano Huck, Joaquim Barbosa, tentou-se fazer o mesmo com Álvaro Dias, mas não deu muito certo.

Até mesmo houve tentativas de se fazer parecido com nomes nada relevantes como João Amoêdo, candidato na mesa de opções do “Deus” Mercado.

O mais recente a ser lançado nesse trampolim eleitoral foi Ciro Gomes, que tenta às turras trazer Dem e PP para compor aliança.

A moda é o tal do ‘centro’.

Quase todos querem ser o ‘centro’, ainda se espera por aqui uma candidatura que não virá na sucessão presidencial, como aquela de Emmanuel Macron na presidencial francesa de 2017.

Não se faz mais necessário dizer as características de Macron e o contexto que o levou ao Palácio do Eliseu, já tão amplamente conhecidas.

O problema no nosso caso é achar que o nosso sistema político-partidário e o nosso tecido social têm condições de eleger alguém como Macron.

Mas e o João Doria?

Atenção, é vexatório querer se comparar Macron e Doria.

Este não se passa de uma figura rocambolesca e extremamente despreparada, aquele, por sua vez, tem grandeza e tato político.

Na incerteza que toma de conta da presidencial de 2018, todos os atores envolvidos lutam para chegarem a um segundo turno num momento em que a instabilidade do país aponta para um horizonte de continuidade.  

Que bom que saiu da boca de André Singer o qual errada pode ser a estratégia petista de manter Lula como candidato.

A esta altura a prisão do líder do lulopetismo já é amplamente conhecida pela sociedade, tornando consciente que a candidatura presidencial de Lula é pouco provável.

O que o eleitorado lulista aguarda é o nome ungido pelo líder.

Erra o PT ao pensar que Lula pode tudo.

Se pensava que Lula não seria encarcerado em Curitiba, e o improvável ocorreu.

Na ânsia de não perder o que ocupou, o Mercado pode se inclinar a tentar de tudo, não estranhe uma tentativa de aproximação com Ciro Gomes, os arautos da livre inciativa não querem perder o espaço político que ocuparam ao depor rasteiramente Dilma Rousseff.

Aliás, que se ocupem os integrantes do liberalismo econômico de tratarem de responder na eleição do por que do salvacionismo neoliberal não ter dado conta do que prometia, fazer crescer a economia em patamares elevados e dar empregabilidade a população.

Os tucanos terão que responder a isso, vide que o tucanato foi uma força política essencial a levar esse projeto econômico aos corredores do Palácio do Planalto.

Bolsonaro possui um bloco político-social homogêneo, é um dos poucos nomes hoje ao lado de Lula, que possui capacidade de mobilizar considerável contingente de massas, seu nome não deve ser subestimado.

A Marina Silva falta qualidade para liderar seu próprio partido, se por acaso vencer a eleição, o que dirá de ter potencial para liderar um Brasil fraturado como estará em 2019.

Alckmin joga tudo em tempo de TV e estrutura política-organizacional na montagem de coligações pelo país, mas até aqui tem desempenho pífio nas pesquisas, faz pior do que todos os candidatos tucanos nesta etapa da pré-campanha nas últimas duas décadas.

Vem tendo empates técnicos nas pesquisas com Álvaro Dias, que mesmo não tendo como montar uma sólida rede de apoio pelo país, é uma candidatura a se observar com atento.

No apagar das luzes do governo Temer podem vir à tona as reformas que até aqui empacaram, principalmente a da previdência, que não se estranhe.

A depender dos resultados para a Câmara Federal e para o Senado, principalmente se muitos parlamentares não tiverem assentos renovados, o governo jogará duro com barganhas de todo tipo para conseguir aprovar as medidas liberalizantes e de austeridade que até agora não vingaram.

A se acompanhar os últimos 2 meses do governo Michel Temer, o tempo parece curto, e de fato é, mas nem todas as medidas econômicas que o presidente tanto pleiteia podem ser dadas como definitivamente mortas.

João Paulo Jales dos Santos. Estudante do curso de Ciências Sociais da UERN.

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