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Incontinência verbal de Bolsonaro ‘tem fundo narcísico’, diz analista

Postado às 04h30 | 13 Ago 2019

Sônia Racy

Já comentada por FHC, a incontinência verbal de Bolsonaro não sai de cena – e ontem, ao que tudo indica, ela atingiu um de seus picos quando o presidente aconselhou um jornalista a “fazer cocô dia sim, dia não” para melhorar o meio ambiente.

Os ecos dessa escalada verbal acabaram chamando a atenção não apenas dos políticos mas de estudiosos como Christian Dunker, psicanalista e professor da USP.

“A novidade é o aumento de suas falas em duas oitavas”, avisa Dunker. “Ele está falando muito mais alto do que precisaria para o papel dele.”

…falar

No rigor da análise técnica, Dunker vê nas declarações presidenciais “uma vicissitude narcísica que se apoia na autenticidade”: ele precisa comentar e classificar tudo para mostrar como está à vontade no que faz. Acaba mostrando “uma séria dificuldade em separar a função pública da sua pessoa”. Esses momentos de franqueza programada “têm raízes na formação política, na história, mas às vezes se apoia no funcionamento da personalidade”.

Falar 2

E por que isso acontece? “Talvez haja por trás uma contrariedade. Neste momento, por exemplo, pode ser a questão de nomear seu filho Eduardo Bolsonaro para Washington. E isso o leva a falar mais alto”.

Exibe “uma insegurança, um sentimento de que devia ter mais poder do que tem”.

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