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Em cenário confuso e com a volta de um condenado por fraude, a centro direita ganha na Itália

Postado às 14h54 | 05 Mar 2018

A apuração oficial das eleições gerais deste domingo na Itália avança, confirma o que foi antecipado por algumas pesquisas.

Com cerca de 30% dos votos correspondentes ao Senado já apurados, segundo os dados oficiais do Ministério do Interior, os partidos da centro-direita obtêm mais de um terço de apoio.

No entanto, a apuração confirma a primeira posição, como partido mais votado para o Movimento 5 Estrelas, anti-establishment, que se posiciona como o maior partido único italiano, alimentando-se do descontentamento pela corrupção arraigada e aumento da pobreza, enquanto o Partido Democrático (PD) de centro-esquerda, hoje no poder, caminha em terceiro lugar.

A campanha marcou o retorno à linha de frente da política de Berlusconi, 81 anos, forçado a renunciar como primeiro-ministro em 2011 no auge de uma crise da dívida.

O magnata e três vezes o primeiro-ministro  retornou ao centro da política, após ter sido inabilitado até 2019 por fraude fiscal, para impedir que os “indignados à italiana” dominem o país e para “salvar a Itália de novo”, como anunciou durante a campanha eleitoral.

Uma condenação por fraude fiscal em 2013 impediu que ele ocupasse cargos públicos e, por isso, Berlusconi apresentou Antonio Tajani, presidente do Parlamento Europeu, como seu candidato a primeiro-ministro.

Caso esses resultados se confirmem, nenhum partido político sozinho ou coalizão de partidos estará em condições de alcançar a maioria necessária para formar o governo.

Os números preliminares mostraram participação dos eleitores acima de 58 por cento.

A marca é superior à atingida cinco anos atrás, quando os italianos votaram em dois dias. Em 2013, a participação final foi superior a 75 por cento.

A fortemente endividada Itália é a terceira maior economia dentre os 19 membros da zona do euro, e ainda que os investidores tenham estado otimistas antes da eleição, o impasse político prolongado pode reavivar a ameaça da instabilidade do mercado.

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