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Descontentamento com articulação política do governo chega ao Senado e ameaça votações

Postado às 05h46 | 17 Nov 2019

Painel

Perto da inoperância Dirigentes de partidos de centro relatam que a relação com o governo Jair Bolsonaro também desandou no Senado. Os motivos são semelhantes aos que levaram líderes desse segmento na Câmara a ameaçar obstruir votações de propostas de interesse do Planalto: compromissos assumidos durante a negociação das mudanças na Previdência não foram honrados. A avaliação é a de que, este ano, o plenário aprecie a proposta que complementa a reforma, a chamada PEC paralela, e só.

Patente alta O descontentamento atingiu o principal operador do Planalto na Casa, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). Aliados do democrata dizem que ele já não nutre mais expectativas de mudança na articulação política e que tem demonstrado irritação com a incapacidade do governo de cumprir o que promete.

De mais ninguém A insatisfação já tem reflexos práticos. Indicações do governo para cargos em agências como Anatel e Anac estão paradas no Senado. Motivo: o Planalto havia prometido postos para aliados de senadores de centro e centro-direita, mas encaminhou outros nomes.

Serasa Segundo um dirigente de partido, as siglas nem sequer têm sido avisadas de que suas indicações foram descartadas; descobrem pelo Diário Oficial. Há também ineficiência na liberação de recursos –as emendas que foram prometidas durante a tramitação da reforma da Previdência.

Na boca do sapo As críticas mais pesadas são dirigidas ao responsável pela articulação política, o ministro Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo).

Mundos e fundos Aliados de Ramos o defendem como podem. Dizem que, sob a gestão de Onyx Lorenzoni (Casa Civil), o Planalto prometeu muito mais do que podia entregar aos parlamentares.

Sem noção O grupo de Ramos diz que, com o montante que foi negociado pelo time de Onyx –um total de R$ 40 milhões por parlamentar pagos em dois anos–, seria possível, em gestões anteriores, garantir uma base parlamentar por quatro anos.

Erro de principiante Àquela altura, porém, a gestão Bolsonaro fez o acerto precificando só a votação da reforma, o que abriu brecha, inclusive, para novas negociações em cima de outros projetos importantes para o Planalto.

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