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Coronel Nunes, o presidente da CBF, recebe o troféu antecipado de maior trapalhão da Copa

Postado às 05h45 | 16 Jun 2018

EDUARDO GABARDO

A fama de trapalhão e colecionador de gafes já acompanha o Coronel Nunes há algum tempo.

Aqui na Rússia, ele foi no treino da Seleção Brasileira, na terça-feira, em Sochi.

Em dez minutos de conversa com os jornalistas, confundiu o Mar Vermelho com o Mar Negro, chamou Platini de "aquele menino francês", e disse que o Brasil venceria a sua primeira Copa na Europa (ganhou em 1958).

Este é Antônio Carlos Nunes, o presidente da CBF

No seu currículo de deslizes, já chamou o presidente da Fifa, Gianni Infantino, de Giannini.

Isto na sua primeira ida à Conmebol, onde também saudou o presidente da entidade, Alejandro Domínguez, como torcedor do Cerro Porteño, quando na verdade ele tem uma ligação histórica com o Olímpia. 

Não é à toa que a CBF esconde ele das entrevistas.

Mas na Rússia, era inevitável a sua ida ao congresso oficial para a votação da sede da Copa de 2026.

E aí ele conseguiu a proeza de quebrar o acordo da Conembol, para voltar em bloco na candidatura de EUA, México e Canadá, que acabou vitoriosa.

Na hora do voto, o Coronel Nunes apertou no botão do Marrocos, e justificou depois dizendo que eles "nunca receberam uma Copa". 

O fato é que ninguém entendeu nada, pois o combinado foi o voto em conjunto.

Os cartolas parceiros da CBF na América do Sul ficaram furiosos, e o clima esquentou tanto, que ele teve que ser retirado de circulação.

Um pouco antes de Rússia x Arábia Saudita, Gianni Infantino, foi à inauguração da Casa Conmebol, em Moscou.

Nunes foi proibido de ir. 

Para tentar apagar o incêndio, Fernando Sarney, vice-presidente da CBF, e Rogério Caboclo, o presidente eleito, estão fazendo um esforço enorme, e tentando justificar o voto como uma decisão pessoal, e não da entidade. 

O fato é que o estrago está feito.

E por um dirigente que não tem condições de estar no cargo.

Mas isto tem explicação.

Presidente histórico da Federação Paraense de Futebol, ele foi introduzido no cenário político como vice presidente de Marco Polo Del Nero, para evitar que o então opositor Delfim Peixoto assumisse durante um eventual afastamento de Del Nero (o que acabou se confirmando). 

A única coisa que era necessária no jogo político era achar um cartola mais velho do que Peixoto, pois pelo estatuto, em caso de saída do presidente, quem assume é o vice mais velho.

No caso, Nunes.

Aos 80 anos, ele chegou ao ápice da sua vida no futebol.

Mas também cometeu a maior trapalhada da Copa.

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