Postado às 04h42 | 11 Jun 2019
Mônica Bergamo
Dos 14 integrantes do órgão, 4 encaminharam pedido para que a corregedoria investigue o procurador
O CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público), que fiscaliza a atividade de procuradores e promotores do país, rachou em relação a eventual investigação contra Deltan Dallagnol, da Operação Lava Jato.
Depois da revelação, pelo site The Intercept Brasil, de conversas de Dallagnol com o ex-juiz Sergio Moro, conselheiros tiveram intensa discussão em grupos de WhatsApp.
Dos 14 integrantes do órgão, 4 encaminharam pedido para que a corregedoria investigue o procurador. Dois deles foram indicados para o CNMP pelo Congresso e dois pela OAB.
Para eles, Dallagnol armou uma estratégia para permanecer com o processo do tríplex, que envolve Lula. Ele teria ferido o princípio do promotor natural, que o proibiria de escolher os casos que quer investigar.
Já no grupo dos oito integrantes que representam Ministérios Públicos estaduais e da União, poucos se mostraram favoráveis a uma averiguação. A maioria preferiu ficar em silêncio.
Os dois conselheiros indicados respectivamente pelo STF (Supremo Tribunal Federal) e pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) também preferiram se manter longe da discussão.
A interlocução do ministro Moro, da Justiça, com o Congresso, que já era difícil, está inviabilizada depois do escândalo das mensagens, na opinião de algumas das principais lideranças da Câmara dos Deputados e do Senado.