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Com incentivo ou não à produção de álcool, o que o cidadão deseja é abastecer com produto mais barato

Postado às 04h26 | 12 Mar 2018


O RenovaBio, programa de incentivo aos biocombustíveis aprovado em lei no final do ano passado, provocou embate interno no governo Michel Temer (MDB).

As pastas da Casa Civil e da Fazenda divergem acerca de decreto para elevar a mistura de álcool na gasolina.

O Proálcool (Programa Nacional do Álcool) foi iniciativa do governo brasileiro para intensificar a produção de álcool combustível (etanol), vsiando  substituir a gasolina.

Tudo começou durante a crise do petróleo na década de 1970, quando o preço da gasolina estava muito elevado.

Na primeira década do Proálcool, os resultados foram positivos, visto que os consumidores priorizavam os automóveis movidos a álcool e, em 1983, as vendas desses veículos dominaram o mercado brasileiro.

Em 1991, aproximadamente 60% dos carros do país (cerca de 6 milhões) eram movidos por essa fonte energética.

Com a queda do preço do petróleo, a produção de álcool desacelerou no Brasil.

Em 2003, uma nova crise do petróleo impulsionou a fabricação de novos carros a álcool.

Dessa vez, entretanto, as indústrias automobilísticas inovaram e desenvolveram motores flex, que permitem aos consumidores a opção de uso tanto do álcool quanto da gasolina.

Atualmente, prevalece no país a produção dos motores “flex”.

Há certo tempo existe uma controvérsia em relação a mistura do álcool com a gasolina.

O setor sucroalcooleiro defende que a mistura passe dos atuais 27% para 30%, até 2030, e 40%, até 2040.

A área econômica resiste à ideia, por entender que haverá perda de arrecadação e aumento de preços, com impacto direto na inflação.

Sobre o combustível incidem os tributos federais PIS, Cofins e Cide.

Segundo a Fazenda, a alteração em estudo resultaria em perda de ao menos R$ 4 bilhões anuais.

Para consultorias, haveria um aumento gradual de até R$ 0,06 por litro, devido à elevação dos custos.

Se o pleito for atendido, a participação do etanol na oferta nacional de combustível chegará a 55% em 2030, calcula o Ministério de Minas e Energia.

Realmente um dilema a ser resolvido pelo governo.

O que, na verdade, os brasileiros desejam é um combustível do tamanho do bolso do cidadão, quer seja para uso em motores “flex” ou não.

Enfim, a expectativa é de produto mais barato.

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