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Ciro Gomes ataca o PT após perder apoio do PSB e considera pré-candidatura de Lula "caudilhismo"

Postado às 07h04 | 02 Ago 2018

Depois de perder o apoio do PSB por pressão do PT e ficar isolado politicamente, o pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, atacou os petistas, na noite desta quarta-feira, em sabatina na Globonews.

Para ele, o partido estaria “ensaiando uma valsa na beira do abismo” ao insistir na pré-candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

— A burocracia do PT não está pensando no país. Virou religião. Agora o companheiro (João Pedro) Stédile (do MST) chamou seis companheiros para fazer greve de fome. Tem romaria. Na minha opinião, isso é caudilhismo do mais barato possível.

Apesar de dizer que considera “injusta” a sentença que condenou Lula no processo do tríplex, Ciro afirmou que “(Antonio) Palocci é réu confesso e comandou a economia por oito anos".

O presidenciável disse ainda não saber o que fez para merecer essa “hostilidade” do PT:

— Apoiei o Lula todos os dias, sem faltar nenhum, ao longo de 16 anos.

Ciro reconheceu que a perda do PSB é um “revés”, mas disse que não foi comunicado oficialmente da decisão e que ainda tem expectativa de revertê-la:

— Não recebi nenhuma carta, nenhum sinal de fumaça, nenhuma mensagem. Estou aguardando que se confirme isso. Se confirmar, é um revés, mas não me abate nem me surpreende. Quando entrei nessa luta, sabia que era um cabra marcado pra morrer.

O pré-candidato do PDT disse que negociou o apoio do "blocão" porque é candidato a presidente da República, e não "a madre superiora do convento", e que precisará desses partidos para governar, se for eleito. O grupo, que acabou fechando acordo com Geraldo Alckmin (PSDB), reúne partidos acusados de corrupção e com pecha de fisiológicos

Na sabatina, Ciro se comparou a Jesus Cristo para tentar justificar seus arroubos verbais, embora tenha ressaltado ser "um reles pecador'. 

— Quando Jesus viu os vendilhões enxovalhando o templo, tomou-se de uma indignação e a expressou.

Questionado sobre a explosão de violência e a guerra de facções no Ceará, o presidenciável do PDT criticou a política de segurança implantada por seu irmão, o ex-governador Cid Gomes:

— Sou muito frustrado com o que está acontecendo no Ceará de um tempo pra cá.

Esse tempo começa ainda no governo do meu irmão. É praticamente pública a minha crítica e não é por falta de investimento. O problema é o tradicionalismo do investimento. Aumentaram quase por três o efetivo da Polícia Militar do Ceará, renovaram-se as estruturas de presídio pesadamente, as delegacias.

Pelas tantas surge uma facção criminosa. Em cima disso nasce a flor do lodo, uma fração de milícias na Polícia Militar, que meu irmão, em vez de reprimir, deixou, por negócio de direitos humanos, e virou líder político

. Hoje tem soldado vereador, cabo deputado federal, protegendo as milícias da polícia'.

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