Postado às 05h01 | 18 Set 2018
Mônica Bergamo
Equipes avaliam a hipótese de a subida do petista estimular o voto útil dos eleitores anti-PT em Bolsonaro
As campanhas de Jair Bolsonaro (PSL) e de Fernando Haddad (PT) passaram a trabalhar com a possibilidade, que ainda consideram remota, de que a eventual disputa entre eles no segundo turno seja antecipada para o primeiro turno.
Com base em números e análises de sondagens eleitorais, eles veem a hipótese de a subida do candidato do PT estimular o voto útil dos eleitores antipetistas em Bolsonaro, esvaziando ainda mais Geraldo Alckmin (PSDB-SP) e alcançando também candidatos considerados nanicos, como João Amoêdo (Novo) e Henrique Meirelles (MDB).
Num segundo momento, os eleitores de centro e de esquerda que acima de tudo rejeitam Bolsonaro poderiam migrar para Haddad para evitar uma vitória do capitão reformado já no primeiro turno.
As rejeições praticamente se equivalem: 49% dos eleitores dizem que não votariam num candidato de Lula (48% admitem dar apoio). Bolsonaro é rejeitado por 44%.
A possibilidade assusta o PT, que imagina que, no segundo turno, teria tempo de formar um arco de alianças para ampliar seu eleitorado. Se tudo se precipitar, o diálogo fica descartado.
Analistas experimentados acham que a possibilidade de Bolsonaro levar no primeiro turno, num acirramento, tornou-se real.
O general Hamilton Mourão, vice de Bolsonaro, tem almoço reservado marcado para esta terça (18) com o advogado Nelson Wilians, dono de uma das maiores bancas do país e defensor, entre outros, de João Doria (PSDB-SP).
Outros integrantes da equipe de Doria já buscam se aproximar do estafe de Bolsonaro.
Caso vá ao segundo turno, porém, Bolsonaro deve ficar neutro na disputa pelo governo de São Paulo.
E a previsão é que ele deixe o hospital em cerca de dez dias. Nesta terça-feira (18), o presidenciável tira a sonda e tenta se alimentar com comidas sólidas.