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“Blog” analisa os “ônus políticos” de Fábio Dantas, Fátima Bezerra e Carlos Eduardo, na disputa pelo governo do RN

Postado às 05h21 | 18 Mar 2018

Do editor

A filiação ontem, 17, do vice-governador Fábio Dantas ao PSB coloca definitivamente o seu nome, no cenário da disputa pelo executivo potiguar.

Afora ele, a senadora Fátima Bezerra (PT), já lançada e em pré-campanha.

Carlos Eduardo Alves é tido e havido como candidato e dá sinais de que se desincompatibilizará da Prefeitura de Natal, até 7 de abril.

O grande desafio, de agora por diante, será a montagem das coligações e estratégias de campanha.

O momento nacional é atípico.

Por mais experientes que sejam os candidatos, muitos fenômenos poderão ocorrer nessa eleição de 2018, exigindo análises e competência no desenrolar das campanhas.

O principal fator será a rejeição de parte do eleitor, que significará impossibilidade de crescimento eleitoral do candidato, sobretudo entre os indecisos, que decidirão fatalmente o resultado final do pleito, “caso” compareçam às urnas.

Fábio Dantas

O vice Fábio Dantas, de perfil pessoal respeitável, deixa o governo Robinson Faria e sobe como candidato no palanque do PSB.

Leva consigo os ônus dos notórios desgastes do governo ao qual esteve integrado até recentemente e dos “socialistas potiguares”, seus novos companheiros de partido.

O ato festivo de filiação de Fábio Dantas ao PSB revelou “cautela”, de parte dos grupos tradicionais da política norte-rio-grandense. Isso porque, partidos de maior expressão fizeram-se representar, sem arriscarem declarações incisivas de solidariedade.

A exceção foi a presença do Presidente da Assembleia Legislativa Ezequiel Ferreira (PSDB), que, entretanto, limitou-se a elogiar Fábio, sem anunciar apoio.

Apesar disso, Fábio teve determinação e deu o primeiro passo.

De agora por diante, necessitará de assessoramento lúcido e escolha de nomes para a disputa majoritária ao seu lado, que transmitam ao eleitor a credibilidade necessária para crescimento eleitoral, fator imprescindível para o seu sucesso.

Fátima Bezerra

A senadora Fátima Bezerra recolhe nas pesquisas o crédito de ter sido a primeira a lançar-se candidata e o somatório da votação petista no Estado, limitada ao percentual histórico de no máximo 30%.

Fátima também leva para o seu palanque grandes ônus políticos.

Começa pelo desgaste de imagem dos governos do PT, a cada dia mais acentuado, por mais que se propague a “vitimização” do seu líder, Luiz Inácio Lula da Silva.

A parceria com a deputada Zenaide Maia é outro aspecto a analisar.

Fátima e o PT abrem espaço político para a parlamentar, cujo único discurso disponível à opinião pública é dizer-se contra Temer.

Nada mais que isso.

Em contra partida, Zenaide e o seu esposo ex-prefeito Jaime Calado, nada dão em troca ao PT, até agora, no reduto eleitoral que lideram em São Gonçalo do Amarante, um dos maiores colégios eleitorais do Estado.

O PT reivindica o apoio de Zenaide e Jaime para os seus candidatos a deputado federal e estadual, o que é fundamental para a sobrevivência política do partido.

Esse apoio está sendo negado e tem irritado os petistas.

Tudo poderá, portanto, acontecer nos “bastidores” da campanha Fátima-Zenaide.

Carlos Eduardo

Em relação a Carlos Eduardo, tudo é ainda hipótese.

Pelo andar da carruagem, ele deixa a PMN e será candidato a governador, com  chances de sucesso.

Terá grandes horizontes de crescimento eleitoral.

A prova disso foi a “cautela” demonstrada pelas principais lideranças e partidos do RN, que preferiram não se pronunciar em caráter definitivo, no lançamento de Fábio Dantas.

O espaço está aberto para Carlos Eduardo “costurar”.

A maior dúvida hoje é se a sua chapa senatorial - Garibaldi-José Agripino - será mantida ou não.

Carlos Eduardo tem sido firme em declarar que o compromisso é com esses dois nomes.

Porém, fala-se que os dois, ou um isoladamente, sairia da luta, por precaução política, optando por mandato proporcional.

O resumo da ópera é que não será um “mar de rosas” as caminhadas de Fábio, Fátima e Carlos Eduardo.

Terão que montar estratégias para uma campanha “atípica”, com apenas 45 dias de propaganda eleitoral, a qual certamente exigirá dos candidatos, a noção clara do “pé no chão”, humildade, avanços e recuos, clareza de intenções, propostas lúcidas...

2018 será difícil para todos os pretendentes a mandatos eletivos.

E não apenas para alguns!

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