Postado às 04h39 | 16 Mar 2018
O vice-governador Fábio Dantas filia-se hoje, 17, em Natal, ao PSB (Partido Socialista Brasileiro) e anuncia a disposição de disputar o governo do estado do RN.
Com essa decisão parece definir-se o quadro em relação aos principais candidatos à governador: Robinson Faria (reeleição), Fátima Bezerra, Carlos Eduardo Alves, Fábio Dantas, além de outros em partidos e coligações menores.
A indagação é como se coloca, em princípio, o nome de Fábio Dantas na disputa estadual?
Não é negada a condição de estrategista político atribuída ao vice-governador.
Tem se afirmado na política por ser “expert” em cálculos matemáticos, que viabilizam quocientes eleitorais e asseguram vitórias eleitorais.
Saiu recentemente do PCdoB e ingressou no PSB.
A informação dominante é que Fábio teria um acordo firmado com Robinson para aplicação de uma pesquisa, até final de março.
Se o resultado mostrasse a inviabilidade da reeleição, o Governador renunciaria a favor dele e se candidataria a deputado estadual.
Robinson alega isso.
Fábio nega o acordo.
O fato é que houve o rompimento, antes da tal pesquisa.
A alegação da pressa em afastar-se do Governo Robinson Faria seria o temor de Flávio em herdar a notória impopularidade da administração.
Todavia, mesmo rompendo, fatalmente Fábio Dantas disputará a eleição, com a marca de vice-governador do estado, eleito com Robinson Faria e com ele convivendo até fevereiro passado.
A estratégia de Fábio para viabilizar-se candidato a governador seria apostar que Carlos Eduardo não renunciaria a Prefeitura de Natal e o seu sistema ficaria sem opções, aprofundando-se um “vazio político”.
Nessa hipótese, a alternativa do próprio sistema de Carlos Eduardo seria apoiar Fábio, que polarizaria com Fátima Bezerra.
Pela sinalização atual, essa estratégia não dará certo.
Carlos Eduardo será, em verdade, candidato a Governador e renunciará a Prefeitura de Natal.
Ele já ultima preparativos para deixar a Prefeitura em 7 de abril próximo e articula uma grande aliança para apoiá-lo.
Assim ocorrendo, não ficará fácil a situação política de Fábio Dantas.
De um lado, terá o governador Robinson Faria, mesmo sem chances de eleger-se, teimando em disputar a eleição e uma das metas é xingá-lo como “infiel”.
De outro lado, Carlos Eduardo e Fátima em confronto direto no processo eleitoral faltará espaço para outro candidato.
Um “trunfo” de Fábio Dantas seria o apoio do bloco da Assembleia Legislativa, a maioria de tucanos, todos liderados pelo presidente Ezequiel Ferreira.
Ao que se comenta esse bloco está em marcha batida para apoiar Carlos Eduardo, conduzido pelo PSDB-RN.
Fatalmente existirão discordancias internas, que seriam minoria.
O governador Robinson Faria contava com a solidariedade de Ezequiel Ferreira.
Diz que o elegeu presidente da AL contra tudo e contra todos e agora lhe é negado apoio à àreeleição.
Em outro sentido, Fábio Dantas filia-se ao PSB, partido presidido pelo deputado Ricardo Motta, cuja derrota na disputa com Ezequiel na Assembleia do RN é atribuída à articulação pessoal do vice-governador, por determinação e consentimento, à época, do governador Robinson Faria.
Existiriam mágoas de Ricardo Motta em relação à Fábio Dantas, que poderão dificultar a convivência dos dois, no mesmo partido (PSB)?
Terá sido para Fábio Dantas a melhor opção filiar-se ao PSB?
Nessa conjuntura de incógnitas, o vice-governador Fábio Dantas toma rumo neste sábado, 17, ao filiar-se ao PSB e anunciar que disputará o governo do estado.
A sua candidatura está posta e ponto final!
Resta aguardar os próximos capítulos.