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Análise: "Primeira dama inquieta, causa problemas"

Postado às 05h10 | 13 Jan 2024

Ney Lopes

Kim Keon Hee, 50, é a esposa do atual presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, 64.

Ela está nas manchetes da mídia internacional. 

Vem causando impactos aos coreanos, os quais são conservadores em relação às primeiras-damas.

Nenhuma das antecessoras chamou tanta atenção do público, quanto Kim, que vive nos holofotes.

Nos Estados Unidos, as primeiras damas têm estilos diferentes de participação.

Edith Wilson serviu como o único canal para o presidente Woodrow Wilson, quando ele ficou incapacitado após derrame.

Durante a Grande Depressão, Eleanor Roosevelt tornou-se vice-diretora não assalariada do Escritório de Defesa Civil.

Na Coréia do Sul, o símbolo tradicional no país era Yuk Young-soo, esposa do falecido ex-ditador Park Chung-hee, tida modelo de primeira-dama e mulher coreana, na década de 1970.

Recente pesquisa da “Opinion Research Justice” mostrou que 61% dos entrevistados não aprovam as aparições públicas de Kim.

Em algumas ocasiões, o protagonismo da primeira dama tem causado crises no governo.

O esposo Yoon Suk-yeol agiu no Parlamento para “abafar” duas investigações contra ela.

A primeira sobre as alegações de que manipulara os preços das ações da empresa da Deutsch Motors.

A segunda sobre um projeto de desenvolvimento no distrito ao sul de Seul, em meio a acusações de corrupção.

Kim negou as acusações.

Rodeada de controvérsias, ela é realmente diferente de qualquer uma das mulheres que vieram antes e não tem medo de destacar-se no uso de “moda moderna e avançada”.

Em viagem a Espanha, a mídia registra que ela ofuscou totalmente o marido pelo exotismo das roupas usadas.

Na chegada, foi uma saia verde royal de cintura alta combinada com blazer preto.

Depois, no jantar, vestido branco bordado com uma corda de pérolas.  

Uma blusa amarela canária com saia lápis azul, ao visitar mercearia coreana no país.

Alguns chamam Kim de “diplomata da moda”.  

Atualmente, ela se dedica a uma campanha contra a prática de comer cães.

Há protestos da população.

Cita a mídia que Kim Seon-ho, 86 anos, ficou desapontado com a proibição e disse: ”desde a idade média nós comemos isso. Por que nos impedir de comer nossa comida tradicional?".

Completou:  "Proibir carne de cachorro deve proibir a carne bovina."

Atualmente, com a polêmica aumentando, Kim está ausente dos olhos do público.

Em cada país, a presença da primeira dama se vincula basicamente a ações educacionais e sociais.

No Brasil, os exemplos são dona Darcy Vargas, esposa de Getúlio Vargas, que em 1942 criou a a Legião Brasileira de Assistência. 

E senhora Ruth Cardoso, esposa de FHC, presidiu a Comunidade Solidária para combater a pobreza e idealizou a Bolsa Família.

Pelo que se observa, a forma de participação da primeira dama é questão hoje acompanhada pela opinião púbica nas democracias.

Uma primeira dama inquieta causa problemas e influi para o desempenho dos governos.

 

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