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Análise política da proposta dos senadores Agripino e Garibaldi sobre pesquisa para definir nomes

Postado às 15h14 | 06 Mar 2018

Do editor

O tema da hora na política do RN é a proposta avalizada pelos senadores José Agripino, Garibaldi Alves e o prefeito de Natal Carlos Eduardo, sugerindo a aplicação de uma pesquisa, a qual indicaria os “melhores” nomes para a disputa majoritária no bloco partidário integrado pelo PDT, PMDB, DEM E PSDB.

O PSD, partido do governador Robinson Faria, não se pronunciou, ainda.

Igualmente, o PSB, partido no qual o vice-governador Fabio Dantas irá filiar-se no dia 17.

Em primeiro lugar há que se exaltar o desarmamento de espíritos e a abertura de um diálogo entre lideranças políticas tradicionais do Estado.

Nada a opor, nem criticar.

Porém, cabem análises e interpretações acerca dessa decisão inesperada, partindo de uma chapa já anunciada como definitiva há dias: Carlos Eduardo, para governador; Agripino e Garibaldi, para o senado.

CAUSAS DA PROPOSTA

A causa básica deve ter sido a “conclusão antecipada”, pela experiência acumulada desses candidatos, de que a tendência popular não os beneficiaria, por razões que o Estado todo conhece (dispensa comentários).

Salvo o prefeito Carlos Eduardo, que faz uma boa administração, os senadores José Agripino e Garibaldi Alves dão sinais evidentes de “queda” nos percentuais que alcançam, muito reduzidos para quem já governou o estado e teve vários mandatos de senador.

Empatados ou não são mínimos os índices coletados em favor dos dois senadores, até agora, considerada a tradição da liderança de ambos.

Quanto ao prefeito Carlos Eduardo seria normal não atingir percentuais elevados em sondagens municipais, pelo fato de não ter lançado a sua candidatura e não ter sido no passado votado em todo o estado.

Como deputado estadual, a sua votação histórica era concentrada em áreas específicas do RN.

O MAIS IMPORTANTE NUMA PESQUISA

Com os “novos tempos” que vive o país, o índice mais importante de uma pesquisa pré-eleitoral não seria conhecer os índices favoráveis a candidato a ou b, mas sim os percentuais de rejeição e os votos indecisos.

Aí está o “nó”!

GANHARÁ ELEIÇíO QUEM CONQUISTAR INDECISOS

Aliás, poder-se-ia dizer com segurança, que ganhará a eleição de outubro quem for capaz de conquistar os votos dos indecisos.

O resto é conversa afiada.

A vitória nas urnas de outubro estará concentrada na capacidade que tenham os candidatos, por mais fracos que possam parecer na largada da campanha, de conseguirem o voto do “indeciso”, ou seja, aqueles descrentes da política e que somente na “reta final” da campanha irão decidir se votam, ou irão abster-se.

Cabe ponderar um dado fundamental: a regra fatal, na busca do voto “indeciso” é que a rejeição elevada impedirá essa conquista.

Torna-se impossível!

Sendo assim, o critério de aplicar uma pesquisa pré-eleitoral poderá revelar tendências, conhecimento dos nomes lançados, porém jamais mostrará o verdadeiro potencial eleitoral de um candidato.

Ao contrário, a pesquisa somente é absolutamente fiel, quando mostra a rejeição e a “queda” de percentuais históricos em eleições passadas de candidatos à reeleição.

Nesses casos há semelhança com uma taxa elevada colhida em exame de sangue, levando o médico a preocupação de conhecer a causa para diagnosticar.

Em política, diagnóstico de rejeição conduz inevitavelmente a inviabilidade eleitoral do candidato, sobretudo quando a eleição está próxima, por não haver tempo de superação.

Em tais circunstâncias, a grande utilidade da pesquisa seria permitir apenas uma “saída honrosa”!

Nada mais que isso.

PESQUISA PARA FÁBIO DANTAS SERÁ VETO

Um elemento de análise importante é a proposta do senador José Agripino de inclusão do nome do pré-candidato Fábio Dantas para submeter-se ao critério de uma pesquisa.

O vice-governador há pouco menos de uma semana admitiu a sua candidatura.

Ainda não tem nem o partido definitivo.

Fábio Dantas é um político respeitado, preparado para governar o estado, porém a sua vida pública está restrita a mandatos de deputado estadual no passado.

No governo Robinson Faria manteve-se discreto, até por não ter sido prestigiado pelo governador.

O maior trunfo de Fábio Dantas seria tornar-se conhecido gradativamente, oferecendo ao eleitor a opção que ele esperava.

É óbvio, portanto, que o nome de Fábio Dantas terá que ser maturado, tido como candidato definitivamente e a partir daí serem aferidas as tendências populares.

Colocá-lo numa pesquisa precocemente seria uma forma indireta de vetá-lo e abortar sua candidatura.

O mesmo não ocorre, por exemplo, com Carlos Eduardo, que além de ter notoriedade e vida pública mais longa, administra a capital do Estado pela terceira vez.

Mesmo assim, as pesquisas não lhe dão percentuais elevados, o que é normal.

A DECISíO FINAL

O final de semana próximo será movimentado, com a decisão final tomada acerca dessa proposta dos senadores Garibaldi Alves e José Agripino.

O cenário começa a definir-se.

Pelo que se pode observar na expectativa popular para a eleição de outubro próximo, as maiores chances de ganhar estarão justamente naqueles candidatos que, no momento, não alcancem percentuais elevados de votação nas pesquisas, mas que, igualmente, não sofram rejeição  na opinião pública.

Em função disso surgem indagações como:

Será que o eleitor irá aguardar pelo surgimento do perfil do candidato, que lhe transmita confiança e experiência?

Será que, mais uma vez, a melhor pesquisa será o resultado das urnas?

Será que quem rir por ultimo rir melhor ?

Por fim, escolher candidatos através de pesquisas seria na verdade uma forma de abortar candidaturas e vetar possíveis concorrentes, ou  os preparativos para a  reedição do “acórdão” de 2014?

Será?

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