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Análise da pesquisa IBOPE no RN. Prognósticos eleitorais para Governador, Senador e eleições proporcionais

Postado às 05h07 | 22 Set 2018

Do editor

Divulgados os números da pesquisa IBOPE, na noite de ontem, 21 (acesse postagem neste blog: https://bit.ly/2xtBJdi).

Alguns aspectos pontuais merecem análise.

Para governador do Estado, os resultados são expressivos e revelam a polarização entre Fátima Bezerra e Carlos Eduardo. O governador Robinson Faria melhora o seu desempenho, porém ainda está distante de ser considerado viável para uma disputa de segundo turno.

Para senador, a observação que persiste é a de que o eleitor não se sente satisfeito com as opções que lhe foram oferecidas pelos partidos para o preenchimento das 2 (duas) vagas no RN.

O eleitor desejaria mais alternativas.

A prova é que os candidatos majoritários em campanha “patinam” em percentuais mínimos (sobretudo considerando-se que são duas vagas), ao contrário de estados vizinhos como Ceará, Paraíba e Pernambuco, onde os nomes para o senado atingem, individualmente,  30 e até 40 por cento de preferencia popular.

GOVERNO DO ESTADO

Em termos de “tendências” e de “crescimento”, o IBOPE mostra, na disputa pelo governo, Fátima e Carlos Eduardo evoluindo nos seus percentuais.

Robinson cresceu também.  Atingiu dois dígitos e melhorou a aceitação do seu governo.

O segundo turno está desenhado como possível.

Fátima Bezerra avançou após a indicação de Haddad para presidente da república. Aliás, o petista já lidera no RN.

Carlos Eduardo, considerando os índices de pesquisa anteriores, foi quem mais evoluiu percentualmente, se comparado com outros candidatos, demonstrando que na “reta final” dá sinais de crescimento. Esse aspecto é muito importante. Regra geral, candidato que cresce no final da campanha alcança resultados satisfatórios.

A maior dúvida em relação ao crescimento de Carlos Eduardo é que, se ele cresce, Fátima Bezerra não estaciona e cresce também, mantendo a distancia de percentuais, existentes desde o início da campanha.

Tais circunstâncias avalizam a tese de que a “parada” será resolvida nas próximas duas semanas e favorecerá quem consiga atrair os eleitores “indecisos”, os nulos e brancos.

Para ser eleito governador, não basta ao candidato simplesmente obter mais votos do que seus concorrentes. Ele precisa ir além, devendo obter no primeiro turno mais da metade dos votos válidos (excluídos os votos em branco e os votos nulos).

Não tendo sido atingida a votação suficiente por nenhum dos candidatos, haverá a necessidade de segundo turno e ganhará aquele que conseguir a maioria dos votos válidos em segundo escrutínio.

No caso do RN, a grande preocupação de Carlos Eduardo e Robinson deverá ser levar o eleitor à urna e reduzir os votos brancos, nulos e indecisos.

Se não crescer a presença do eleitor nas urnas, Fátima Bezerra se beneficiará, pois diminuirá o número de votos necessários para que ela ganhe no primeiro turno. 

Pela pesquisa divulgada, até agora, haveria segundo turno, com margem pequena de garantia.

SENADO

Para o senado da república, o quadro é nebuloso, como vem se mostrando, desde o início da campanha.

Os candidatos não empolgam e o eleitor percebe um vazio de propostas dos nomes em camapnha.

Repetem-se chavões, sem consistência, em matéria de proposta legislativa concreta.

Há candidatos que “fazem promessas” típicas de governador e presidente, quando a competência de um Senador é “legislar”.

Não se conhece na campanha a defesa de um plano ordenado de típica ação legislativa, com princípio, meio e fim.

Apenas são "usados" no rádio e TV alguns temas, que podem até despertar interesse popular (combate a violência, por exemplo), porém  sem  menção à iniciativas legislativas (propostas reais)  de "como fazer"  as mudança  e o aperfeiçoamento da legislação.

Diante desse contexto, o eleitor consciente permanece em dúvida, na hipótese de resolver não omitir-se e fazer uma escolha.

Percebe-se esse dilema, em depoimentos esparsos, ouvidos informalmente.

Em tal contexto, o Capitão Styvenson adota um “estilo próprio”; de não participar do horário eleitoral e manter-se quase no anonimato, em matéria de exibição eleitoral nas ruas e cidades.

Até agora, a sua estratégia dá certo e o IBOPE mostra que ele se mantém na liderança e caminha para ganhar uma das vagas, embora sujeito a acidentes de percurso.

A segunda vaga do senado está “embolada” e “indefinida”.

O IBOPE trouxe de novo, se comparado com pesquisas anteriores, a evolução de Geraldo Melo e, principalmente, de Zenaide Maia.

Houve crescimento dos dois, porém nada assegura que um ou outro possa superar Garibaldi Alves, que desde o início da campanha mantem-se em percentual estável, quase inalterado.

O deputado Jácome cresceu também, mas está distante dos demais concorrentes.

A novidade trazida pelo IBOPE,  de crescimento na disputa senatorial  vincula-se a deputada Zenaide Maia.

Além do “pulo” que deu (dobrou a intenção de voto), ela poderá beneficiar-se da "onda" Haddad, que, segundo a pesquisa, já é o presidenciável mais votado no RN.

Além de Haddad, a deputada Zenaide conta com o incentivo  de sua candidata Fátima Bezerra ao governo, que se mantém na liderança.

O senador Garibaldi Alves, conhecido pelo “milhão de votos” em sua última eleição, não está conseguindo ir além da média de 20%.

Um dado, todavia,  lhe favorece: o seu voto é consistente e dá sinais de que não sofrerá influências externas de candidatos a presidente, ou ao governo.

“Caso” na reta final  o desgaste atinja os seus concorrentes próximos, a tendência será Garibaldi chegar no segundo lugar.

Zenaide e Geraldo correm riscos.

Zenaide Maia o risco do “anti petismo”, da alta rejeição de Lula e seus candidatos. Ela é o caso típico de quem se beneficia de “um lado e perde de outro”.  

É mínimo o capital eleitoral próprio de Zenaide, numa disputa majoritária. Se ganhará mais votos do que perderá, só as urnas dirão.

Ela também não demonstra perfil ideal para  ocupar um mandato de Senador. A sua única bandeira no exercício do mandato de deputado federal é ter sido “contra Temer”.

Nada mais.

Para agregar o eleitorado ainda indeciso será necessário elevação no índice de crediblidade e demonstração de competência legislativa futura.

Geraldo Melo tenta notoriamente se “descolar” de Robinson, para evitar desgastes,  o que pode não lhe garantir os votos dos “anti Robinson” e perder  o apoio daqueles apoiadores do governador.

Além do mais, o tucano arca com os ônus dos desgastes e vacilações do PSDB, o sofrível desempenho de Alckmin, o impacto negativo das prisões de governadores do seu partido (PR e MT) e as denuncias divulgadas na Assembleia Legislativa do RN, ainda em apuração, atingindo o núcleo central de seus apoiadores e incentivadores.

CONCLUSÃO

A eleição no RN, pelo que se conhece até o momento, teria os seguintes prognósticos, todos eles possíveis de mudanças na reta final.

Para governador do estado, a tendência será o segundo turno, quando a participação dos candidatos à Presidente da República terá grande influencia na escolha do eleitor.

Afinal, o estado vive uma crise sem precedentes e não se salvará longe do Planalto.

Para o Senado, o Capitão Styvenson continua favorito para a primeira vaga, embora pelo IBOPE, os seus concorrentes próximos tenham evoluído, em percentuais.

A segunda vaga do senado é indefinida, ainda. Maiores probabilidades para a vitória de Garibaldi Alves, embora Zenaide e Geraldo não possam ser considerados “cartas fora do baralho”.

A eleição proporcional no RN – como no Brasil – certamente não trará surpresas.

A renovação será quase nenhuma. O eleitor tende a optar por referendar os mandatos dos atuais (Assembleia Legislativa e Câmara dos Deputados).

Na eleição de 2018 é  praticamente impossível a sobrevivência eleitoral de quem não tenha o domínio das finanças dos partidos, que se transformaram em  "propriedades privadas" e "caixas bancários" pessoais, sem fiscalização, para beneficiar os "donos" das legendas e seus "protegidos".

Os parlamentares aprovaram lei eleitoral imoral, que os favoreceu, com milhões de reais disponíveis nas campanhas (Fundo Partidário) e verbas usadas na distribuição "dadivosa" com municípios e correligionários.

Como se não bastasse, no caso do RN, a Assembléia Legislativa e a Câmara Municipal de Natal funcionaram como comitês eleitorais, através  do patrocínio ostensivo de candidaturas e partidos, com ações concretas e diretas de favorecimentos e cooptações.

Tudo isso consumado à luz do meio dia, no país da Lava jato (?????), que prega o combate à corrupção.

Difícil acreditar, que o eleitor não reaja.

Mas, pelo andar da carruagem, não irá reagir.

O provável protesto na escolha de candidato, se limitará às eleições majoritárias.

Nas eleições proporcionais, os colégios eleitorais "comprados" e alimentados pelo dinheiro público estão preservados e à serviço de candidatos, regra geral à reeleição.

Verbas públicas alimentam até instituições privadas, pertencentes a  candidatos e familiares, sob a falsa justificativa de  pseuda  "prestação de serviços médicos ou odontológicos", com fins nitidamente eleitorais.

Essas instituições e seus mentores não foram incomodadas, até hoje, por nenhum órgão, com atribuições de fiscalização eleitoral.

Tutti buena gente"!!!

O resultado da ópera é que os eleitos serão os "mesmos", aboletados nos seus mandatos atuais.

Observa-se no quadro de candidatos, que quando houve alguma novidade no lançamento de candidatos foi para  os partidos favorecerem esposa, genitores, filhos ou amigos de filiados, conduzidos à luta eleitoral, sob a proteção prévia e  tranquilizadora desses metódos de "aliciamento eleitoral".

Incrível, mas verdadeiro.

Deus queira, que a realidade do RN seja outra e  que o editor esteja errado.

Deus queira!

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