Postado às 05h11 | 07 Jul 2020
Ancelmo de Gois
Durante os últimos dois anos, a eterna Miss Brasil, Martha Rocha, viveu na casa de número 71 da Rua Silvestre Rocha, no bairro de Icaraí. O local amplo de uma rua sem saída, e que termina na boca do Túnel Raul Veiga, tem piscina e jardins. Lá funciona a Pousada Grupo Caminha, exclusiva para idosos, onde Martha faleceu vítima de um infarto, às 12h30 do último sábado:
“Ela dormiu e não acordou”, conta uma das proprietárias, última pessoa a ainda vê-la com vida e que conviveu diariamente com a baiana. Martha se tornou cidadã brasileira ao ser coroada Miss Brasil aos 21 anos e, posteriormente, perder o título mundial, segundo reza a lenda, por ter duas polegadas a mais nos quadris.
Martha Rocha recebia com frequência a visita dos filhos e netos. A reclusão e a opção em morar numa clínica foi uma decisão pessoal da miss e respeitada pela família. Não gostava mais de se expor e nem de se deixar fotografar, mas adorava conversar e contar fatos de sua vida bastante agitada.
Teve três filhos, casou-se duas vezes, foi rica e perdeu a fortuna num golpe aplicado pelo cunhado após a morte do marido, proprietário da famosa Casa Piano, de compra e venda de moedas. Disciplinada, fazia as refeições pontualmente, recebia a consulta de psicólogos, fisioterapeutas e tinha um quarto exclusivo para ela.
Abandonou o hábito da pintura e se divertia flanando, como sempre fez nos anos 50 e 60, mas só que dessa vez na internet.
Que descanse em paz.
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